Ernesto Rodrigues, tradutor dos poemas de Vörösmarty Mihály, escreveu sobre ele: O maior poeta romântico é, porém, Vörösmarty, épico em Zalán futása (A Fuga de Zalán, 1825), sobre príncipe búlgaro derrotado pelos húngaros à conquista do país; feérico no poema dramático Csongor és Tünde (1831). Já o lírico, de um sentimento amoroso que deseja partilhado e, em 1842, se erotiza em anáforas obsessivas, desaguará no filosófico “A vén cigány” (“O velho cigano”, 1854), recurso a figura festiva, mas símbolo de poeta duvidoso e descrente, que se encoraja a si mesmo em lances patrióticos. Sabem-nos bem, entretanto, as notações epigramáticas de Vörösmarty.
A UMA BELEZA
Egy széphez
Querida, se pudesse ter teu coração, mais tesouros não queria:
sem ele, não me basta o mundo debaixo do Sol.
1822
O ESCUDO DA HUNGRIA
Magyarország címere
Linda és, ó pátria, cimos e vales alternam em teu fecundo regaço,
teus campos marginam as águas de quatro rios nacionais;
mas tudo isso são prendas, sem alma, da natureza:
só a vontade sagrada de teus filhos pode fazer-te grande.
Fevereiro de 1832
[VOA, MEU BOM CAVALO. . . ]
[Szállj jó lovam. . . ]
Voa, meu bom cavalo, como as aves;
longe, aguarda o prémio dos audazes.
1 de Maio de 1838
[O PORTÃO NÃO É SEMPRE. . . ]
[A gát nem mindig akadály. . . ]
O portão não é sempre um problema;
onde não entres, voa-lhe por cima.
1 de Maio de 1838
[AVANTE, CAVALEIRO CORAJOSO.. . ]
[Bátran előre lovag. . . ]
Avante, cavaleiro corajoso; onde teu caminho não houver, salta.
1 de Maio de 1838