A Viagem da Anna e do Dániel a Portugal e o regresso com quarentena

por LMn
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Tradução do aviso:

STOP – ENTRADA PROIBIDA

Neste local encontra-se uma pessoa em observação epidemiológica.

É expressamente proibida a entrada de pessoas, exceto autoridades sanitárias.

É expressamente vedada a saída da pessoa que se encontra em quarentena, salvo autorização expressa das autoridades.

Este anúncio só poderá ser retirado com a anuência das autoridades. Os infratores ficam sujeitos à aplicação das medidas previstas no do código penal, no caso de incumprimento das regras.

 

Breve relato na primeira pessoa do plural, nós (eles)…

Chegámos a Portugal no dia 27 de agosto. Alugámos um pequeno apartamento em Alfama. Almoçámos num pequeno restaurante em Alfama – pastéis de bacalhau, bifanas e arroz doce – uma delícia para as boas vindas. Bebemos cerveja Super Bock. Caminhámos pelo centro da cidade – Praça do Comércio, Rua dos Correeiros, Martim Moniz, Rossio, estivemos no Miradouro de Santa Luzia de onde a vista de Lisboa é maravilhosa. O jantar foi bacalhau com vinho branco.

No dia 28 demos um longo passeio a pé, gratuito. passeámos por Alfama e pela Mouraria, bebemos a ginjinha e depois pelas ruelas de Lisboa, subimos aos miradouro Portas-do -Sol e miradouro da Graça. Visitámos o Lisboa Story Center e para o lanche, comemos pastel de nata com um café, uma bica como ali se diz.

Na manhã do dia 29 visitámos a Feira da Ladra, às terças-feiras e aos sábados e que fica perto do Panteão e aproveitámos para ver aquela zona. Depois seguimos para Belém, provámos o famoso Pastel de Belém, visitámos o Padrão dos Descobrimentos, a Torre de Belém e  o belo interior do Mosteiro dos Jerónimos com o seu estilo Manuelino.. Almoçámos ”prego no prato com ovo a cavalo”. Vimos o Jardim Botânico Tropical, que é muito bonito, mas infelizmente não está bem cuidado. No caminho para casa, demos uma olhadela na LX Factory, que é um lugar muito divertido e jovem. Bebemos uma sangria. No Time out Market jantámos uma sopa típica portuguesa, o caldo verde e rissóis.

No domingo, dia 30, queríamos ver o Convento do Carmo, infelizmente esquecemo-nos que ao domingo estáfechado,  por isso não entrámos. Para recompensar voltámos a beber Ginjinha no local original  – A Ginjinha, junto ao Rossio onde esta bebida foi vendida pela primeira vez. O nosso almoço foi frango assado à portuguesa.

No dia 31 passámos o dia em Sintra. Fomos de comboio. Demorámos 40 minutos de Lisboa e à estação de comboio. Um táxi levou-nos ao Palácio da Pena. Caminhámos à volta do castelo e pelo seu jardim. De lá fizemos uma curta caminhada de 10 minutos até ao Castelo dos Mouros, mas de lá ainda tínhamos que subir um pouco uma colina antes de chegarmos ao castelo, mas valeu a pena porque a vista era fabulosa. Daqui descemos ao centro histórico de Sintra. Almoçámos tapas deliciosas e provámos o doce típico de Sintra, o travesseiro. Infelizmente a Quinta da Regaleira já se encontrava fechada, mas em vez disso fomos ao jardim da Villa Sassetti, de que gostámos muito. Depois de muitas caminhadas, chegámos a casa muito cansados.

No dia 1 de setembro fomos até a Costa da Caparica e participámos numa aula de surf. Estava muito frio na praia, mas foi muito bom quando o sol finalmente nasceu e se mostrou. Depois regressámos a Lisboa, almoçámos em Alfama – arroz de marisco, peixe espada!. Visitámos o Convento do Carmo e o Museu do Azulejo. O nosso programa dessa noite foi assistir ao concerto da Fadista Joana Amendoeira.

No dia 2 de setembro alugámos um carro e fomos para Cascais. Caminhámos pela praia e almoçámos na rua pedonal no centro. Depois fomos de carro até a Boca do Inferno, caminhando pela orla fomos até a Praia do Guincho. Depois fomos para a Praia da Ursa. Estacionámos o carro, descemos até à praia, a pé foram cerca de 15 minutos, tomámos banho, apanhámos sol e saímos para jantar ali perto. Assistimos ao pôr do sol do Cabo da Roca, o ponto mais ocidental de Portugal e da Europa Continental. O vento soprava muito forte e fazia muito frio, mas a vista era muito bonita.

Nota importante, comemos mais que uma vez marisco, sapateira e camarão. Uma delícia.

No dia 3 partimos para o aeroporto muito cedo pois o voo era às 6:45. No aeroporto, o pessoal verificou os cartões de identificação de todos e apenas aos húngaros foi permitido embarcar. Havia uma família que queria voltar para a Roménia via Budapeste, mas não foi autorizada a embarcar no avião. Eles estavam muito tensos e discutiam com a equipe. Dois jovens portugueses também foram mandados para casa, mas apenas riram e foram-se embora. No final, a mulher que fazia o check-in estava muito irritada e furiosa, teve que fechar a ”gate” e disse a todos que eram cidadãos húngaros que se apresentassem, os outros nem sequer valia a pena tentarem.  As medidas restritivas na Hungria estavam em vigor desde 1 de setembro.

No avião havia um total de 35-40 passageiros para um total de 33 filas.

No Aeroporto em Budapeste, quando chegámos, a temperatura corporal de todos foi medida, e então tivemos que  fazer uma fila para o controle de passaportes. Foi inacreditável. q 3-4 polícias mas nenhum deles usava máscara. Foi tudo muito lento e muito pouco profissional, sem cuidados sanitários. Pela minha profissão, sei o que estou a dizer e a criticar. ”Cirkusz” como dizemos na Hungria.

Quando chegou a nossa vez, perguntaram de onde vínhamos e se sabíamos que tínhamos que passar 14 dias em quarentena. Respondemos que sim. Então a senhora polícia registou os nossos dados. Demos os nossos números de telefone e endereço onde passaríamos a quarentena. Fomos informados de que a polícia poderia vir para nos controlar se estávamos a cumprir as regras mas que ligariam antes.  Deram-nos o Cartão Vermelho que teríamos, como fizemos, afixar na nossa porta.

Na manhã seguinte, eles ligaram para saber se estávamos em casa e se tínhamos colado o cartaz vermelho na porta, mas não vieram verificar se efetivamente estávamos em casa. Desde então, e já passaram 4 dias, ninguém nos procurou.

Por Anna e Dániel, Budapeste, 6 de setembro de 2020

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