Um breve comentário pessoal sobre os 2 jogos de Portugal em Budapeste

por Joaquim Pimpão
image_pdfimage_print

Tenho tido a sorte e o privilégio de apoiar Portugal (o meu país) em Budapeste (a minha cidade). Para o “triunvirato” ficar completo, tenho que acrescentar Amiais de Baixo, a terra onde nasci (a minha aldeia que hoje já é vila). Foi aliás na minha aldeia que comecei a gostar muito de futebol e a ser adepto do Sporting.

Por falar em futebol. Alguns intelectuais ou assim classificados ou auto-definidos como tal não gostam de futebol e estão no seu direito. Alguns até olham para o (fenómeno do) futebol com um desprezo benevolente do estilo “coitados são mesmo uns tontos e esta multidão de entusiastas, um atraso de vida, não se aprende nada com eles”… deixá-los ficar na sua torre (ou cave) de cristal ou de vidro opaco. Não vale a pena perder tempo tentando explicar, argumentar sobre gostar muito (ou pouco) do futebol, da música, da poesia, da pintura… chega de me dar um “ar de intelectual”.

Tenho que reconhecer que ontem, no jogo contra a França, como adepto de futebol, como apoiante de Portugal, exagerei um pouco na “liberdade verbal”, e estava acompanhado pelo meu filho e pelo filho de um amigo. Para me justificar e pensando bem, “o gajo foi um cabrão ” (o árbitro) até rima com “o mau exemplo dado pelo Pimpão ” ou que “o Renato Sanches fez um jogão ”!  Há “rima poética” em tudo… até nos penáltis bem assinalados e superiormente marcados por Cristiano Ronaldo.

Escrevi no FB em Lyon, já na madrugada do dia 23 de junho de 2016 (o jogo foi a 22)

“Hungria 3-3 Portugal. Um jogo tão louco que nem sei como começar, aliás sei, sempre que começava ou recomeçava… a Hungria marcava. Foi assim 3 vezes! Felizmente hoje tivemos CR7 de volta, mais o Nani, João Mário, William Carvalho, Ricardo Quaresma e o menino Renato Sanches. De sinal – menos (ou muito) – os restantes jogadores… A Hungria jogou muito bem. Muito mais que seria de esperar. Bravo Magyarország! O Euro 2016 começou finalmente, agora é a doer… quem ganha continua e quem perde vai para casa. Mesmo quando aqui e ali zangados com a nossa equipa, dizemos Portugal! Portugal! Portugal!

Sabemos o que veio a seguir, até Paris, domingo, 10 de julho de 2016, Portugal derrota a França no prolongamento com o inesquecível golo de Éder e sagra-se Campeão Europeu!

Ontem, a nossa seleção empatou a dois golos com a França. Podia ter ganho, como podia ter perdido, mas saímos do “grupo da morte” para continuarmos em prova de cabeça erguida e confiança reforçada. Recordo que durante os 90 minutos, com a grande surpresa da Hungria (Hajrá Magyarország) em Munique, chegamos a estar virtualmente fora do Euro 2020, em primeiros, segundos e em terceiros, classificação final. Com uma vitória, um empate e uma derrota e 4 pontos amealhados, passamos e teoricamente estamos mais fortes que há 5 anos, com 3 empates e 3 pontos.

Para a nossa Equipa, segue-se a Bélgica em Sevilha no domingo, com mais 48 horas de descanso. Bélgica, a primeira equipa do ranking mundial da FIFA. Será muito difícil mas vamos ultrapassar este grande obstáculo, para depois começarmos a pensar na Itália.

Em ambos os jogos de Portugal no espetacular Puskás Aréna, estive/estivemos misturados com portugueses, húngaros – que tinham acabado de perder por 0-3 e não tiveram dúvidas em nos dar os parabéns! – e com franceses. Correu tudo em ambiente de grande desportivismo, respeito e confraternização. Foi um prazer extra, ver confirmado que o futebol (e os seus adeptos) é muito, muito mais que os “ultra organizados e extremistas”.

Finalmente vou acabar com uma curiosidade que se passou no jogo com a França. Faltava pouco para a partida começar quando chegaram com camisolas amarelas, uns 30 jovens (rapazes e raparigas) muitos de kipá na cabeça, dois deles com o nome de Cristiano Ronaldo nas costas da camisola, que se divertiram imenso, beberam e comeram (não sei se comida kosher), agitaram as bandeiras portuguesas que encontram nos seus lugares e foram muito simpáticos. Eram adeptos do Beitar Jerusalem Football Club.

Não resisti e pedi a um deles que falava espanhol para tirar uma foto comigo

 

Budapeste, 24 de junho de 2021

Também poderá gostar de

O nosso website utiliza cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Aceitar Ler Mais

Privacidade