Secretário-geral da ONU agradeceu com referência ao passado português: “Um dos capítulos mais sombrios da história de Portugal foi a discriminação e perseguição dos judeus durante a Idade Média.”
António Guterres foi homenageado pelo Congresso Mundial Judaico (WJC), pelos esforços para acabar com o preconceito anti-Israel, desde que assumiu o cargo de secretário-geral das Nações Unidas há quase quatro anos.
Foi durante uma gala virtual, que o presidente do WJC, Ronald Lauder, informou que Guterres, “um amigo verdadeiro e devoto do povo judeu e do Estado de Israel”, receberá o Prémio Theodor Herzl, deste ano, por ter contribuído para mudar a “fixação bizarra” da ONU com o estado judaico.
Uma dessas mudanças ocorreu três meses depois de o português suceder a Ban Ki-moon como secretário-geral da ONU. Em março de 2017, Guterres ordenou a retirada de um relatório do site do organismo mundial, que acusava Israel de apartheid.
No mesmo ano, durante um discurso no Dia Internacional em Memória do Holocausto, o ex-primeiro ministro português fez referência aos laços históricos do povo judeu com Jerusalém. Já em 2017 afirmou que “uma forma moderna de anti-semitismo é a negação do direito de existência do Estado de Israel” e que Israel “tem de ser tratado como qualquer outro Estado”.
Desde 2006, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou 160 resoluções condenando países individuais e 90 eram contra Israel, de acordo com o UN Watch. A Assembleia Geral da ONU aprovou 132 dessas resoluções, sendo 96 contra Israel.
Para Guterres foi uma “grande honra” receber a homenagem, confessando que “a luta contra o anti-semitismo é profundamente pessoal”. E acrescentou: “Um dos capítulos mais sombrios da história de Portugal foi a discriminação e perseguição dos judeus durante a Idade Média”.
DN