Tem origens húngaras o Primeiro Rei de Portugal?

por LMn
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É uma “lenda” quase tão antiga como desconhecida em Portugal. Aliás, muito provavelmente, são bastante mais que os portugueses, os húngaros que sabem que Luis de Camões na sua epopeia “Os Lusíadas” se refere a hipótese de que o Conde Dom Henrique, pai de Afonso Henriques seja de origem húngara…”(dizem que segundo / Filho de um Rei de Hungria experimentado)”… que o colocaria em descendência direta de I István, Szent István Király – Rei Santo Estevão, Fundador e Primeiro Rei Católico da Hungria.

Como alguns especialistas no tema o fazem, talvez se possa divagar e até mesmo especular sobre a perspetiva de afirmação dinástica-europeia do “estratega” Luis Vaz de Camões, da sua visão estatégia da Europa e das mais poderosas ou mais pujantes casas reais europeias, das suas descendências, e talvez da legitimidade-autónoma do Jovem Afonso Henriques, Primeiro Rei de Portugal, perante os “primos reais” da Península Ibérica.  Sabe-se que para “lenda” e para quem se ocupa com a relação Hungria-Portugal, é uma vertente “quase histórica” muito simpática e que ajude a acordos e consensos.

Sabemos que o Conde Dom Henrique, e de Borgonha, membro da família ducal da Borgonha e também, muito justamente, “Conde de Portucale”.

Os tempos e as pessoas passam, mas as pedras, as inscrições nas pedras ficam. É tanto assim que ainda hoje, na Sé de Braga se pode ler, no túmulo de D. Henrique, “Ungaro Regis”….

Caros húngaros e portugueses, vale a pena ir a Braga e entrar na Bela Catedral.

Eis os versos dos Lusíadas que deixam subentendidos a ascendência “Magyar” do Primeiro Rei de Portugal:

 

Os Lusíadas

Canto III

 

25
«Destes Anrique (dizem que segundo
Filho de um Rei de Hungria exprimentado)
Portugal houve em sorte, que no mundo
Então não era ilustre nem prezado;
E, pera mais sinal de amor profundo,
Quis o Rei Castelhano que casado
Com Teresa, sua filha, o Conde fosse;
E com ela das terras tomou posse.

28
«Quando, chegado ao fim de sua idade,
O forte e famoso Húngaro estremado,
Forçado da fatal necessidade,
O esprito deu a Quem lho tinha dado.
Ficava o filho em tenra mocidade,
Em quem o pai deixava seu traslado,
Que do mundo os mais fortes igualava:
Que de tal pai tal filho se esperava.

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