Szabó Lőrinc (1900-1957) – Poeta Húngaro

por Pál Ferenc
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Szabó Lőrinc (1900-1957) poeta. Escreveu os seus primeiros poemas em tom parnasiano. Quando jovem estudante, Szabó traduziu do  latim e do grego, do alemão e francês, e  traduziu os poemas de Omar Khajjám, assim tinha grande experiência como tradutor e burilou a sua mestria poética. Preparando-se para o centenário Baudelaire, dois conhecidos poetas e tradutores, Babits Mihály e Tóth Árpád, convidaram-no a participar na tradução de poemas do livor Fleurs du Mal.

Seus primeiros poemas foram publicados em 1920 na revista Nyugat.  Nessa época, ele estava familiarizado com a mais recente poesia europeia, considerava a poesia de Stefan George como seu modelo e estava indiscutivelmente informado sobre os movimentos de vanguarda que se desenvolveram desde a virada do século. O seu primeiro volume, Föld, Erdő, Isten (‘Terra, Floresta, Deus‘), publicado em 1922, teve um reconhecimento unânime por ser também um livro de beleza exepcional. Ele começou a sua carreira poética em condições muito afortunadas: num ambiente atingido por uma catástrofe histórica, a do Trianon, ele podia sentir e exprimir poeticamente a vulnerabilidade humana.

NO NEVOEIRO
Ködben

Em frente, no nevoeiro, lentamente,
sobe a montanha,
desfaz-se, como ponte de um pilar, vacila
e balança
no nada. Pairo sobre um nada branco,
numa cegueira branca, entre céu e terra.
Caminhos, onde estais? Apenas um invisível
grasnido volteia sobre a minha cabeça.

ESPELHO LOUCO
Bolond tükör

Sucedem coisas novas sem cessar,
e já estás fora delas. Faço a barba,
e lembro-me de ti: lágrima larga,
e paro: dos meus fins metade, par
foste dos actos livres; oxalá
tivesses sido mais! Vivo, prossigo
dia de trabalho, e vão comigo,
plo caminho, lembrança doce, ávida
falta. . . Mas que valem lágrimas e
caminho, querida, na solidão?
Realidade, presente, estão aí!
Só teu espelho te guarda, eu, a alma,
espelho que solta as imagens, um tão
louco espelho, que crê bater-te palmas!

MEU PAI
Apám

Temia meu pai. (Amava-me a mãe.)
É difícil falar disso: dor sem
fim arrasta-me, toma a palavra.
Ele também sofria muito, claro.
Alma só; irmãos – velho, benjamim -,
pai, avô, tio, padres, professores,
tipógrafos. . . Por causa do latim,
deixou cedo a escola, e foi para
ferreiro; e moleiro; a seguir,
fogueiro de comboio. E casou
jovem. E não encontrou um lugar
no mundo. . . Suas muitas amarguras
também nos amargavam. . . Precisámos
de uns quarenta anos pra, enfim,
de novo nos sentirmos todos bem.
Hoje, nossas cabeças criam cãs.
Aproximou-nos o Terrível Ano.

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