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Sergei Lavrov: cada vez mais países europeus estão a ser apoderados pela fera nazista

Por Demeter Pogár:

MOSCOVO, terça-feira 14 de março de 2023 (MTI) – A Rússia vê o nazismo tomar cada vez mais conta de países europeus, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Lavrov na abertura do congresso fundador do Movimento Russófilo Internacional em Moscovo, na terça-feira.

“Vemos não só o neonazismo, mas também o nazismo direto a apoderar-se cada vez mais de países europeus”. Vemos a história ser destruída diante dos nossos olhos, a destruição de monumentos sagrados, que, a propósito, não só comemoram os soldados dos povos da União Soviética, mas foram erguidos em tributo aos aliados que lutaram connosco na grande guerra, sejam eles franceses, checos, eslovacos, outros povos”, disse.

Lavrov referiu que o Ocidente estava a forçar a Rússia à guerra porque a via como um obstáculo ao seu domínio mundial.

Como a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen agradeceu ao Presidente americano Joe Biden em Washington por ajudar a Europa a “libertar-se da dependência energética russa”, o custo de satisfazer as necessidades energéticas “mais do que triplicou”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo. Ele disse que um dos objetivos da guerra híbrida do Ocidente é demonizar a Rússia na opinião pública mundial, inclusive culpando Moscovo pelo aumento dos preços da energia.

“O mundo anglo-saxónico, ao criar estruturas de alianças do tipo AUKUS, ao promover as infra-estruturas militares da NATO na Ásia, está a anunciar um confronto muito sério que irá durar muitos anos. Porque não vejo como as grandes civilizações asiáticas ‘saudarão’ isto, tal como a União Europeia, infelizmente, tem feito, como irão aceitar os planos de Washington e de outros colegas anglo-saxões”, disse Lavrov.

“Não estamos a tentar desencorajar ninguém de prosseguir os seus legítimos interesses, mas quando se diz que o mundo inteiro deve ser subordinado, digamos, à Aliança do Atlântico Norte, e a Ásia já é a área onde ela (o Ocidente) deve comandar todos, não acredito que o sentido de justiça no povo russo e na grande maioria das civilizações mundiais possa dar-se ao luxo de não se pronunciar”, acrescentou.

Segundo o co-presidente, o valor da Russofilia reside no facto de que a Rússia “não chama ninguém para uma guerra santa contra o Ocidente, os cruzados e qualquer outra pessoa”. O chefe da diplomacia russa expressou a sua convicção de que o Ocidente irá lançar uma ampla campanha para desacreditar os apoiantes do movimento russófilo e irá culpar tudo sobre as “maquinações” de Moscovo, tal como fez nos recentes acontecimentos na Moldávia e na Geórgia.

Sublinhou a importância das tradições que promovem a amizade entre os povos. Estas “não são palavras vazias hoje”, como não eram na União Soviética, “mas hoje a necessidade de uma abordagem humana aos povos de todo o planeta é mais oportuna do que nunca, a necessidade de agir contra todas as manifestações de ditadura é mais oportuna do que nunca”.

“A posição de que só porque alguém ama a Rússia, ou mesmo só porque fala russo em público, deveria ser ostracizado, não reflete de todo os nossos valores, os nossos modos”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo.