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Quem está por detrás da marcha ameaçadora dos adeptos de futebol húngaros?

Em ambos os jogos do Euro 2020, Budapeste foi paralisada pelo desfile que consistiu na marcha dos adeptos. Milhares de pessoas marcharam pela cidade, da Praça dos Heróis à Arena Puskás.

Mas quem está por detrás destas marchas espectaculares?

Segundo o portal de notícias Telex, membros do grupo de fãs da “Brigada dos Cárpatos” organizaram e a lideraram as marchas com t-shirts pretas, carregando um enorme cartaz com a etiqueta “Hungria”, disparando bombas de fumo vermelhas, brancas, e verdes.

A “Brigada dos Cárpatos” é a base de fãs unidos “oficial” da selecção nacional. O portal Deutsche Welle chamou-lhes “um grupo ultra neonazi composto por membros de grupos de extrema-direita de todo o futebol húngaro, unidos atrás da equipa nacional”.

Por seu lado o semanário liberal HVG afirma que apesar das suas expressões e acções frequentemente duras ou radicais, a “Brigada dos Cárpatos” melhorou muito o estado mental das bancadas húngaras.

A “Brigada dos Cárpatos” foi formada em 2009. Não é um grupo típico de adeptos de diferentes clubes, mas é constituída por pessoas que são especificamente adeptas da equipa nacional.

São responsáveis pelas bandeiras e cartazes, pelos cânticos, e pelo ambiente geral nos jogos. Embora não tenham um passado político específico, há muitos adeptos de direita e extrema-direita entre eles.

Segundo o HVG, embora seja característico também dos adeptos de futebol húngaros odiarem as outras equipas e a sua base de adeptos, o objectivo da “Brigada dos Cárpatos”, com os seus 50-100 membros principais, a ideia original era reunir todos os adeptos de futebol húngaros e mostrar uma base de apoio húngara unida.

No entanto, HVG diz que o cenário está a mudar. A grande mudança na percepção dos adeptos veio numa altura em que, após um longo período de fracasso, a equipa nacional começou a ter um melhor desempenho.

Foi no Campeonato Europeu de 2016 que dezenas de milhares de pessoas se viram a marchar pelas ruas de Marselha com a ecografia, quando as pessoas perceberam que todos tinham um lugar nas bancadas, independentemente das opiniões políticas.

A Brigada não só presta agora atenção à aparência uniforme (camisola preta com a inscrição branca de “Hungria”), mas também sublinha que ninguém deve estar inaceitavelmente bêbado, todos devem trazer água suficiente e “comportar-se de forma digna da ocasião” nos jogos.

Fonte: Telex, HVG, Deutsche Welle, 444/Daily News Hungary