Museu Judaico de Lisboa dá primeiro passo com vista para o Tejo

por LMn
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Projeto de arquiteto mundialmente conhecido foi apresentado ontem, na assinatura do protocolo com a CML, que concretiza plano com cinco anos.

A pluralidade de culturas “nunca é um perigo, é sempre uma riqueza para uma nação” e a mais-valia que traz a Lisboa o Museu Judaico é “para quem não conhece a comunidade, é um museu português que conta a história dos que ajudaram a fazer Portugal”. As palavras de Esther Mucznik, presidente da Hagadá – associação privada sem fins lucrativos responsável pela criação, instalação e gestão do Museu Judaico de Lisboa -, resumem um caminho que não foi simples mas que ontem teve enfim “o primeiro passo decisivo”, com a assinatura do protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa.

A obra do Tikva – palavra que significa “esperança” em hebraico – vai arrancar em 2022, na Rua das Hortas, em Belém, e o Museu Judaico, criado por Daniel Libeskind, e pela Miguel Saraiva + Associados, parceira do arquiteto em Portugal, abrirá portas em 2024, numa área de cerca de 4 mil metros quadrados. “É o arquiteto da memória e da esperança e foi ele que sugeriu acrescentar o nome Tikva ao museu, porque é a esperança que nos dá força para lutar pelos nossos sonhos”, contou Ether, rematando: “É esse lado que queremos mostrar nesta história.”

No local para onde estava inicialmente previsto o museu, em Alfama, “irá surgir um espaço de homenagem à comunidade judaica, aberto à cidade como marca de uma Lisboa aberta e tolerante”, garantiu o presidente da câmara, Fernando Medina, na ocasião.

O Tikva Museu Judaico de Lisboa contará “não só a história da presença judaica na cidade, mas também a cultura e as tradições judaicas”, disse Esther Mucznik, na apresentação do projeto, que aconteceu no dia em que se assinalam 200 anos da abolição da Inquisição em Portugal. Agradecendo a Medina ter estado sempre ao lado da comunidade neste caminho difícil, Mucznik revelou ainda que o museu contará episódios que vão “da época romana até hoje, uma história com longevidade e pluralidade de culturas que dá carácter específico ao judaísmo português”. E concretizou: “Vamos contar os períodos de escuridão, mas também e sobretudo a parte luminosa da nossa história, sobretudo entre os séculos XII e XV, o período em que os judeus mais contribuíram para a história do país, da medicina, à matemática, cultura, filosofia, imprensa e até nos Descobrimentos.”

Fonte: Joana Petiz/DN

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