O ministro da Defesa de Moçambique considerou hoje haver um “enfraquecimento” dos grupos rebeldes em Cabo Delgado (norte) e encorajou as Forças de Defesa e Segurança (FDS) a “continuarem a apertar o cerco” à insurgência armada.
Segundo Jaime Neto, os grupos que há três anos protagonizam ataques armados no norte de Moçambique “estão a ter muitas perdas”, o que leva ao seu “enfraquecimento”.
“Nós encorajamos os homens e mulheres que estão no teatro operacional norte a continuarem a apertar o cerco porque só assim é que poderemos tranquilizar o nosso povo”, disse.
Jaime Neto falava durante o lançamento de uma revista científica sobre defesa e segurança, no Instituto Superior de Estudos de Defesa Tenente-General Armando Emílio Guebuza, em Maputo.
O governante apontou como objetivo permitir que, “a breve trecho”, a população deslocada possa regressar às suas terras e “continuar com as suas atividades do dia-a-dia”.
A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Algumas das incursões de insurgentes passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.
Além de Cabo Delgado, o ministro referiu ainda que os ataques armados na região centro do país, protagonizados pela Junta Militar, uma dissidência da antiga guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), “reduziram-se significativamente” face às investidas das FDS.
Reduziu-se “significativamente” o número de ataques junto às estradas nacionais n.º 1 e n.º 6, porque “as Forças de Defesa e Segurança estão permanentemente lá e em perseguição ao inimigo, no caso, a Junta Militar da Renamo”, declarou o governante.
Os ataques da Junta, liderada por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde agosto de 2019.
O grupo contesta a liderança do partido e as condições para a desmobilização decorrentes do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado a 06 de agosto de 2019 entre o Governo e a Renamo.
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