Escrevia para pensar a condição humana e para desvendar o mistério da vida. Vergílio Ferreira não contava apenas histórias, fazia “romance de ideias”, como ele próprio dizia. Começou por ser um autor neorrealista, mas acabou influenciado pelo existencialismo. Sempre a pensar a condição humana, constrói os primeiros romances na estética vigente do neorealismo, mas nos anos 40, influenciado pelos existencialistas franceses como Jean-Paul Sartre e André Malraux, assume uma escrita com uma vertente mais filosófica. Considera-se que Mudança é a obra que marca a transição entre os dois períodos.
No artigo publicado recentemente na revista
Ferenc Pál, lembra-se dele e fala da vida e da obra de um dos fundadores do romance português contemporâneo, Prémio Camões em 1992.
Hungria. Historiador de literatura, tradutor e um dos fundadores do Departamento de Português na Hungria. Professor catedrático jubilado da Universidade Eötvös Loránd de Budapeste, em cuja Faculdade de Letras dirigiu o Departamento de Português (1997-2014) – sendo, desde esta data, responsável pelo Centro Científico Brasileiro. Traduziu obras de Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Lobo Antunes, entre outros, e escreveu uma história de literatura portuguesa.