O governo húngaro já anteriormente tinha decidido que o crédito da União Europeia disponível no âmbito do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR) não se articulava com objectivos nacionais, disse Szabolcs Ágostházy, Secretário de Estado para o Desenvolvimento da UE, numa entrevista publicada na edição de segunda-feira do diário económico Világgazdaság.
Quando a Hungria apresentou o seu plano de MRR a Bruxelas cerca de uma semana antes, Ágostházy disse que o país iria utilizar o dinheiro da subvenção disponível mas que “por enquanto” não iria solicitar o crédito do MRR. ” Já antes planeamos programas de desenvolvimento de interesse nacional. Durante esse tempo, tal como negociamos com a Comissão Europeia, tornou-se cada vez mais claro que os produtos de crédito oferecidos pela UE não se enquadravam como desejávamos na realização dos objectivos do governo húngaro”, disse Ágostházy ao Világgazdaság.
O Secretário de Estado reconheceu que o crédito do MRR era “relativamente barato” mas disse que o custo do empréstimo não era a desvantagem, mas sim a “orientação sectorial e o calendário de utilização” do crédito.
Observou que outros estados membros da UE tinham tomado posições semelhantes sobre o assunto, acrescentando que apenas 5 países planearam utilizar o crédito, em parte ou no todo. “Não foi uma decisão política mas uma decisão puramente política que o governo tomou depois de o Gabinete do Primeiro-Ministro e o Ministério das Finanças terem analisado em conjunto as condições do crédito do MRR. Decidimos que este não é actualmente o recurso mais adequado para implementar os objectivos nacionais”, disse Ágostházy.
“Esta decisão foi tomada já alguns dias antes da visita do Primeiro-Ministro a Bruxelas, quando Viktor Orbán informou pessoalmente a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen sobre o assunto”, acrescentou.
Fonte: Világazdaság