HERÓIS DO MAR EM BUDAPESTE: naufrágio e ventos desfavoráveis! – Crónica do Jogo

por Tiago Hipólito
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Desapontante, desanimador, foi assim que eu e, provavelmente os poucos adeptos Portugueses que estiveram no MVM Dome de Budapeste, se sentiram quando a 5 segundo do fim, Dominik Mathé, o jovem lateral húngaro, colocou a bola no fundo das redes de Portugal: a Arena explodiu e Portugal nada podia fazer para evitar a festa magiar: foi bastante cruel!

Portugal começou da melhor maneira esta partida decisiva, com um ataque incisivo, depressa chegou a uma vantagem de 3 golos, quando aos 8 minutos, Alexandre Cavalcanti fazia o 5-2 para os lusos. Portugal estava bem e conseguia superar o ambiente extremamente adverso que se vivia no Pavilhão. A partir daí, o naufrágio começou: várias falhas no ataque e 4 exclusões de 2 minutos (sim 4!!!) em apenas 10 minutos, levaram a que a Hungria recuperasse e equilibrasse o jogo: o intervalo chegou com uma ligeira vantagem portuguesa (15-14).

Após o intervalo, o equilíbrio manteve-se com golos intervalados para ambas as equipas, e um jogador sobressaiu-se a todos os outros: Martón Székely, guarda-redes húngaro, jogador do F.C. Porto, fez várias paradas decisivas que, ajudaram a Hungria a não se distanciar de Portugal e a manter vivo o jogo, os adeptos húngaros estavam ao rubro, entoando e cantando o seu nome repetidamente: o ambiente estava infernal e só muito esporadicamente, víamos a reacção de um ou outro adepto português. O espectro do empate pairava no ar, o que satisfaria muito mais o interesse português que húngaro, mas a 1 minuto do final, uma suspensão muito forçada do Pivô português Victor Iturriza, levou a que Portugal jogasse o derradeiro minuto do jogo, com menos um jogador: com menos um “navegador”, o naufrágio aconteceu de forma piedosa e sem misericórdia ao momento 59’55’’, já sem qualquer hipótese de resgaste. Resultado final 30-31.

Destaques individuais do lado português para os centrais Miguel Martins e Rui Silva, com 5 golos cada, elevaram o jogo de Portugal para um nível de excelência. Dominik Mathé com 8 golos e autor do golo decisivo húngaro, foi considerado o “Homem do Jogo”. Destaque também para o incrível e elevado ritmo de jogo que, juntamente com o ambiente apaixonante e vibrante dos adeptos húngaros, levaram a que esta partida se tenha tornado um espectacúlo excitante de se ver e que certamente perdurará na memória de muita gente. Palavra também de apreço para os pouquíssimos portugueses que estiveram na MVM Dome Arena de Budapeste e que também, fizeram um pouco da sua festa.

Portugal é último do Grupo B com 0 pontos e os ventos sopram muito desfavoravelmente à passagem dos “Heróis do Mar” à próxima fase: precisam de vencer a Holanda por 2 golos de diferença e esperar que a Hungria perca com a Islândia, só assim haverá a possibilidade de continuar a ver os “navegadores” portugueses no “mar de Budapeste”. Com o ânimo e a crença possível, esperemos que amanhã, terça-feira, a Arena de Budapeste, se transforme de “Cabo das Tormentas” em “Cabo da Boa Esperança” para todos nós. Força Portugal!!!

Crédito da foto: Portal da Federação Portuguesa de Andebol (FPA)

Tiago Hipólito
17.01.2022

 

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