Os países de Visegrád – República Checa, Polónia, Eslováquia e Hungria – aprovaram uma declaração oficial na segunda-feira condenando a operação militar secreta russa recentemente revelada na República Checa, nomeadamente uma explosão de um depósito de munições em 2014 e a morte de duas pessoas.
Contudo, rejeitaram uma versão mais dura da declaração que foi considerada inaceitável pelo primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, conhecido por uma posição muito mais amistosa em relação a Moscovo.
A versão inicial da declaração, redigida pela Polónia, era muito mais dura, apelando ao cancelamento do projecto do gasoduto Nord Stream 2 e manifestando um forte apoio à Ucrânia e à Bielorrússia. A declaração dizia que o Nord Stream 2 iria “afectar negativamente a segurança energética da Europa”.
Por seu lado, a Eslováquia já decidiu expulsar três diplomatas russos em solidariedade com a República Checa e a Polónia tem estado numa longa disputa diplomática com Moscovo.
A Rússia expulsou até agora cinco membros do pessoal da embaixada polaca em Moscovo após a Polónia ter declarado três diplomatas russos personae non gratae por violarem o seu estatuto diplomático. Até à data, a Hungria não anunciou medidas semelhantes contra a Rússia.
Orbán, ao contrário do seu homólogo polaco, tem mantido boas relações com o Presidente russo Vladimir Putin e tem sido muito crítico em relação às sanções contra a Rússia devido à anexação da Crimea. A Hungria é actualmente o único país da UE a utilizar a vacina russa Sputnik V da COVID-19.
Devido à posição húngara, a declaração final V4 de solidariedade com a República Checa foi encurtada.
“Juntamente com o primeiro-ministro da República Checa condenamos veementemente as acções ilegais e violentas levadas a cabo pelos agentes dos serviços secretos russos. Não permitiremos que estas actividades dividam a Europa. Os países do Grupo Visegrád estão determinados a tomar medidas em conjunto com os países membros da União Europeia para reforçar a nossa resiliência”, declararam os primeiros-ministros do V4.
O primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki disse que durante a presidência polaca do V4, a actividade do grupo em relação à política oriental cobriu uma série de tópicos, incluindo a situação na Bielorrússia e o envenenamento do líder da oposição russa Alexei Navalny.
Morawiecki confirmou igualmente que terá lugar num futuro próximo uma videoconferência entre os ministros dos negócios estrangeiros no formato V4 e na Parceria Oriental, reunindo a UE e seis países pós-soviéticos.
Fonte: Euroactiv/LMn