O governo húngaro insistiu que vai continuar a negar apoio ao financiamento europeu de remessas de armas para a Ucrânia enquanto Kiev mantiver o maior banco húngaro, o OTP, na lista de empresas sancionadas por apoiar a Rússia.
“Não estamos dispostos a negociar os 500 milhões de euros bloqueados até agora, nem os 20.000 milhões que foram arrecadados agora, enquanto a OTP constar na lista de patrocinadores internacionais da guerra”, disse o ministro das Relações Exteriores, Péter Szijjártó.
O chefe da diplomacia húngara fez essa declaração em Bruxelas, à margem do Conselho da União Europeia (UE), que hoje apoiou um plano para destinar 500 milhões de euros do orçamento comunitário para estimular a produção de armas na UE.
A lei, batizada de ASAP, foi aprovada como ponto sem debate na sessão de hoje, faz parte do plano europeu de doar um milhão de cartuchos de munição à Ucrânia num ano, que se soma a outras decisões anteriores de entrega de armas ao país.
Numa pausa na reunião de hoje, Péter Szijjártó disse que “Bruxelas gastará cerca de 20 mil milhões de euros nos próximos quatro anos para embarques de armas para a Ucrânia, dos quais a Hungria deverá cobrir cerca de 200 milhões”, afirmou em comunicado.
Nesse sentido, o político conservador reiterou que a Hungria não vai apoiar a proposta, o que é interpretado como significando que a UE se prepara para, pelo menos, mais quatro anos de guerra.
O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, disse hoje que vai apresentar aos ministros uma proposta para aumentar a dotação do Fundo Europeu de Apoio à Paz (FEAP), através do qual os Estados-membros cofinanciam o envio de material letal e não letal para a Ucrânia. A ideia é que tenha mais 5.000 milhões de euros por ano durante quatro anos.
No conselho realizado em Bruxelas, os ministros das Relações Exteriores dos 27 concordaram hoje em estender por seis meses, até 31 de janeiro de 2024, aquelas medidas restritivas dirigidas a setores específicos da economia russa.
A OTP, que consta da lista ucraniana de patrocinadores da guerra, garante que a sua participação no setor bancário russo mal ultrapassa os 0,1% e sublinha que condena “a agressão contra a Ucrânia como país soberano”.
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