Esopo e as suas mais famosas fábulas – A lebre e a tartaruga

por Arnaldo Rivotti
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Por Arnaldo Rivotti

“Acho que deveríamos colocar Esopo entre os grandes sábios de que a Grécia se orgulha, ele que ensinava a verdadeira sabedoria, e que a ensinava com muito mais arte que os que usam regras e definições.”
– LA FONTAINE

Acredita-se que, antigamente, uma pessoa chamada Esopo escreveu centenas de fábulas que são muito conhecidas até hoje. Estudiosos da Antiguidade afirmavam que Esopo viveu no reino da Trácia, no nordeste da Grécia, no século VI a.C. Agora sabe-se que muitas dessas histórias são ainda mais antigas e que Esopo talvez nunca tenha existido.

As fábulas de Esopo provavelmente faziam parte da tradição oral — ou seja, eram histórias contadas em voz alta. Há cerca de 2 mil anos, o escritor romano Fedro escreveu algumas delas. Mais tarde, as histórias foram traduzidas para outras línguas.

Outras versões escritas das fábulas de Esopo datam do séc. III d. C. Muitas traduções foram feitas para várias línguas, não existindo uma versão que se possa afirmar ser mais próxima da original. Destaca-se, entre os estudiosos da obra esopiana, Émile Chambry, profundo conhecedor da língua e da cultura gregas. Em 1925 o escritor Chambry publicou, Aesopi – Fabulae (Fábulas de Esopo), contendo 358 fábulas atribuídas ao grande mestre das fábulas.

A Raposa e as Uvas é um exemplo dos mais conhecidos entre as centenas de fábulas que produziu.

Em português, existe um manuscrito do século XV, chamado Fabulário português medieval, ou O livro de Esopo, que contém várias dessas fábulas e foi publicado em forma de livro no início do século XX. A mais antiga versão conhecida em inglês foi publicada em 1692. Ao longo dos séculos, elas sempre foram bastante populares na Europa e até noutros continentes.

A maior parte das fábulas apresenta animais com características humanas e termina com uma moral, um ensinamento ou lição que a própria história pretende demonstrar.

A LEBRE E A TARTARUGA

Num bonito dia de sol a Lebre encontrou a Tartaruga e ridicularizou o seu passo lento e miudinho.

– Muito bem – respondeu a Tartaruga sorrindo. – Apesar de seres tão veloz como o vento, vou ganhar-te numa corrida.

A Lebre, pensando que tal era impossível, aceitou o desafio.

Resolveram entre elas, que a raposa escolheria o percurso e seria o árbitro da corrida. No dia combinado, encontraram-se e partiram juntas.

A Tartaruga começou a andar no seu passo lento e miudinho, nunca parando pelo caminho, direto até à meta.

A Lebre largou veloz, mas algum tempo depois deitou-se à beira do caminho e adormeceu. Quando acordou, recomeçou a correr o mais rapidamente que pode. Mas já era tarde… Quando chegou à meta, verificou que a Tartaruga tinha ganho a aposta e que já estava a descansar confortavelmente.

(La Fontaine )

Moral da história:

Devagar mas com persistência completará todas as tarefas.

 

La Fontaine: A teknős és a nyúl (ford.: Rónay György)

 

Fontes consultadas:

Britannica Escola

Segundociclo.webnode.pt

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