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Escritor angolano Ondjaki vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2023

Em comunicado enviado à agência Lusa, a UÉ anunciou que o júri, reunido ontem, decidiu atribuir por unanimidade esta distinção a Ondjaki, “escritor, livreiro e artista de diversas disciplinas”.

O júri, na sua apreciação, destacou “o contributo que Ondjaki faz para que a língua portuguesa seja língua de reconciliação e mesmo de consciência crítica para todos os falantes de português”, acrescentou a UÉ.

Instituído pela UÉ em 1996, para homenagear o escritor que lhe dá o nome, o Prémio Literário Vergílio Ferreira destina-se a galardoar anualmente o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante nos domínios da ficção e/ou ensaio.

Poeta e escritor, Ndalu de Almeida, popularmente conhecido como Ondjaki, nasceu na cidade de Luanda, em 1977.  A sua trajectória artística passa também pela actuação teatral e pela pintura. Ele aproveitou a sua estada em Lisboa para cursar teatro amador, optando depois por uma especialização profissional.

Dedicou-se igualmente a duas mostras individuais de artes plásticas, uma em Angola e outra no Brasil. Além de tudo, Ondjaki também é cineasta. Autor de roteiros cinematográficos, não deixou passar a oportunidade de co-dirigir, em 2006, ao lado de Kiluanje Liberdade, um documentário que aborda sua cidade natal, “Oxalá cresçam pitangas – histórias da Luanda”, fruto de uma parceria entre Angola e Portugal.

Após realizar os seus primeiros estudos em Angola, obtém a licenciatura em Sociologia na capital portuguesa. Em 2000 o grande poeta conquista a segunda posição no concurso literário angolano “António Jacinto”, e lança o seu primeiro volume poético, “Actu Sanguíneu”. Ele integra antologias internacionais, publicadas no Brasil, no Uruguai e em Portugal.

Ondjaki obteve o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2007, pela sua obra  “Os da Minha Rua”. Na Etiópia ele foi reconhecido com o prêmio Grinzane for best african writer 2008. Os seus livros têm sido traduzidos em países os mais diversos, especialmente na França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e China. Ele foi o único representante africano entre os 10 escritores finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura 2008.