Ao amor da nossa cidade
As mãos ternas da liberdade
passavam horas a fio
nas margens brancas do rio
ou perto do campo das cebolas
na mais comum das madrugadas
que anunciam a manhã.
Os barcos e os cais da tarde
segredavam na noite secreta.
Se da luz nasce a vida
com a fraternidade das mãos
se fecunda a terra do povo.
Na Rua da Madalena
se acomodam às pedras
ao coração de mármore
na erosão do vento
ao amor da nossa cidade.
E nós por vezes escrevia
para depois eu poder cantar
se lume somos mais frágeis
que o vidro do sorriso
que o vidro do silêncio
que o silêncio do fado.
In “Fados Destinos e Algumas Palavras” do livro “As Palavras Continuam”
https://pedroassiscoimbra.blogspot.com/
“Clementina – Janela de Lisboa” – Foto de Ricardo Hipólito
https://www.facebook.com/ricardo.hipolito.716