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Entre Lisboa e Budapeste – Fotografia de António Seixas e Poesia de Pedro Assis Coimbra

Se eu adivinhasse que sem ti

Se eu adivinhasse que sem ti
faria o dia de palha arder
secar o maior rio da vila
e por fim os teus sonhos saber.

– Afundava todos os barcos todos os navios
todos os cais todas as pontes
todas as flores serpentes e frutos
os teus ciúmes todos os meus fados.

Se eu adivinhasse que sem ti
faria do mar pedras e sal
abria as portas ao silêncio
da planície branca de cal.

– Se fosse verdade o que eu canto
ancorava para sempre no teu país
se adivinhasse que sem ti – porto seguro –
seria possível ter um país.

In “Palavras do Fado” do livro “As Palavras que Ficaram”

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