PRATAS ANTIGAS
Deixa-me desenhar-te
com as tintas fortes
das azeitonas lentas
a lápis maçãs e uvas de mesa
no teu corpo frágil
de natureza intensa.
Deixa-me moldar-te
nos jardins sombrios do palácio
marcar contigo uma a uma
as pratas antigas
e as caixas de pimenta
e de marfim julgadas perdidas.
Deixa-me prolongar-te fado
rebuscar as palavras em verso
por toda a magia do sol
sobre a nau da aventura
com carvão para disfarçar
e a cortiça para não afundar.
in “Palavras do Fado” do livro “As Palavras Que Ficaram”
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