Ardente Minha Amiga
Ardente minha amiga
o teu corpo d’água-
ardente de orquestra macia
de aranhas de cereja de insectos
de som piano impuro
malfeitor contrabando muito amor.
O meu gosto a aguardente.
Ardente minha amiga
o teu corpo d’água-
ardente égua à desfilada
de flauta insubmissa e sensual
de folhas e pautas de aventuras
seduzindo adulta o violino.
O meu gosto a aguardente.
O teu corpo de água
da próxima tempestade
O teu corpo de água
de mulher rio da cidade.
In “Corpo Comum” (1981) do Livro “As Palavras que ficaram”
https://pedroassiscoimbra.blogspot.com/
“Azulejo de Lisboa”, Largo do Intendente por Ricardo Hipólito
https://www.facebook.com/ricardo.hipolito.716