Um comentador conservador e um comentador de esquerda refletem sobre a revolução e a guerra de independência da Hungria de 1848 à luz da guerra da Ucrânia.
A imprensa húngara reunida por budapost.eu
Em Magyar Nemzet, Ádám Petri-Lukács escreve que os húngaros deveriam preocupar-se primeiro com a soberania nacional e a segurança, em vez de se preocuparem com a liberdade mundial. Admite que a invasão russa da Ucrânia é um ato bárbaro e congratula-se com os esforços húngaros para ajudar os refugiados que fogem da guerra. Ele pensa, contudo, que as “atuações rituais” simbólicas são acrobacias vazias que não fornecem alimento e abrigo aos necessitados. A principal lição retirada por Petri-Lukács tanto da guerra da Ucrânia como da revolução húngara de 1848 é que a segurança e a paz podem ser alcançadas a nível nacional e não a nível global. Contudo, considera também que a adesão da Hungria à NATO e “o seu inabalável compromisso com a aliança do Atlântico Norte” é uma forte garantia da segurança da Hungria.
Róbert Friss, de Népszava, sugere que a “calma estratégica” do governo (uma expressão utilizada pelo PM Orbán nos primeiros dias da guerra) é uma traição ao ideal de uma nação livre defendido pelos revolucionários húngaros de 1848. O colunista de esquerda vê a guerra na Ucrânia como um choque entre a democracia ocidental e o “Leste bizantino”. Friss pensa que o que ele vê como o ato de equilíbrio do governo de Orbán irá isolar ainda mais a Hungria no Ocidente. Ele conclui acusando o governo de trocar o interesse estratégico da nação por gás barato.
Ilustração fotográfica em destaque por György Varga/MTI
Tradução e Edição: AR|LMn