Crise da farinha: Guiné-Bissau corre o risco de ficar sem pão no mercado

por LMn | Lusa
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O presidente da Associação de Padeiros Tradicionais da Guiné-Bissau, Suleimane Djaló, denunciou a falta de farinha de trigo, o que tem dificultado o abastecimento de pão, produto bastante consumido pelos guineenses.

Suleimane Djaló disse não conhecer os motivos da falta da farinha de trigo, mas apelou ao Governo para solucionar a situação “que já causa problemas para os panificadores”, observou.

“Muitos de nós não trabalhamos desde ontem (quarta-feira). Não há pão no mercado”, afirmou Suleimane Djaló, falando do caso específico de Bissau.

A Lusa confirmou que a falta da farinha de trigo também se verifica nas cidades de Mansoa, Canchungo e Cacheu, no norte do país.

O secretário-geral da Associação de Consumidores de Bens e Serviços (Acobes) da Guiné-Bissau, Bambo Sanhá, disse não compreender a falta da farinha de trigo no país e pediu ao Governo “que assuma as suas responsabilidades”.

Bambo Sanhá indicou que o principal importador da farinha de trigo na Guiné-Bissau “mandou vir” no passado mês de dezembro uma “grande quantidade” daquele produto e “não se compreende como acabou”.

“Talvez a intenção seja aumentar o preço da farinha de trigo. Quem sabe estaremos perante uma crise inventada”, afirmou Bambo Sanhá, salientando que o Ministério do Comércio ainda não tinha chegado a um acordo com o importador sobre o preço de venda.

O secretário-geral da Acobes lamenta que o importador da farinha já esteja a vender sem antes alcançar um entendimento com o Ministério do Comércio.

A par do arroz, o pão é um dos produtos mais utilizados na dieta alimentar dos guineenses.

Contactado pela Lusa, o diretor-geral do Comércio, Lassana Fati confirmou a rotura de ‘stock’ da farinha de trigo no mercado guineense, mas indicou que o Governo está em conversações com o único importador para resolver o problema “o mais rapidamente possível”.

Lassana Fati precisou que o Governo está a trabalhar no sentido de a situação não afetar ainda mais os interessados, neste caso, o importador, os panificadores e a população.

O diretor-geral do Comércio notou que a Guiné-Bissau consome anualmente cerca de 35 mil toneladas de farinha de trigo, mas também admitiu que a crise no leste europeu está a afetar a estrutura de custo do transporte do produto em todo o mundo, observou.

Lassana Fati indicou que o importador solicitou ao Governo o aumento do preço de venda da farinha de trigo para fazer face à subida do preço do produto no mercado internacional, disse.

MB // VM

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