A 2 de março registavam-se as duas primeiras mortes em Portugal. O país confinou e depois desconfinou lentamente. Mas passados seis meses continuam a ser muitas as dúvidas sobre a pandemia que veio mudar as nossas vidas.
A pandemia de covid-19 assinala na próxima quarta-feira seis meses desde a chegada a Portugal, quando em 2 de março foram confirmados oficialmente os primeiros dois casos de infeção, alterando de forma radical o quotidiano dos portugueses.
Nesse dia, a ministra da Saúde, Marta Temido, revelou que um homem de 60 anos estava internado no Hospital de Santo António, no Porto, depois de reportar os primeiros sintomas no dia 29 de fevereiro, na sequência de uma viagem ao norte de Itália, e que um outro homem, de 33 anos, tinha dado entrada no Centro Hospitalar de São João, também no Porto, após manifestar os primeiros sintomas em 26 de fevereiro, tendo uma ligação epidemiológica a Valência (Espanha).
Simultaneamente, um despacho do Governo colocava os funcionários públicos em teletrabalho ou isolamento profilático sem perda de salário.
Os casos começaram a aumentar, com a fase inicial da doença a ter maior incidência no Norte do país, e em 04 de março surgia a primeira de muitas medidas de cariz económico do executivo: uma linha de crédito para apoio de tesouraria das empresas, no valor de 100 milhões de euros.
Enquanto o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, suspendia a agenda e ficava em auto isolamento profilático, por ter estado com uma turma de uma escola de Felgueiras na qual se confirmara um caso, sucedem-se os adiamentos e cancelamentos de eventos, bem como o condicionamento de acesso a serviços públicos ou a suspensão de aulas presenciais em diversas universidades, além da interrupção dos voos de e para as áreas mais afetadas.
Aulas suspensas, discotecas fechadas, futebol parado
Assim, em 12 de março, com o número de contágios em 78, o primeiro-ministro, António Costa, anunciava a suspensão das aulas presenciais em todas as escolas, a redução da lotação dos restaurantes, o encerramento de discotecas, entre outras decisões que abririam o caminho ao confinamento geral da população. No mesmo dia, também os jogos da I e II Liga eram suspensos por tempo indeterminado.
Pouco depois, Portugal entrava em crescimento exponencial e no dia 16 ocorria a primeira morte – um homem de 80 anos com outras comorbilidades –, Ovar fica sob cerca sanitária, e em 18 de março era decretado o estado de emergência no país, impondo o confinamento obrigatório. Inúmeros setores são obrigados a reinventar-se num modelo generalizado de teletrabalho, com a sociedade civil a tentar também encontrar formas de conter a pandemia.