Costa admite: número de infetados pode subir até aos mil por dia

por LMn
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Primeiro-ministro admitiu este cenário depois de reunião do gabinete de crise em S. Bento. António Costa fez forte apelo à “responsabilidade pessoal”

A reunião do gabinete de crise do Governo ontem convocada por causa do aumento do número de infetados e de mortos já terminou, com o primeiro-ministro (PM) a fazer aos portugueses um forte apelo à “responsabilidade pessoal” de cada um dos portugueses no controlo da pandemia.

“Estás nas mãos de cada um de nós controlar a pandemia”, disse, repetindo depois este pensamento das mais variadas maneiras e feitios.

“Está essencialmente nas nossas mãos controlar a pandemia”, “a confiança assenta na consciência de que cada um tem de ser cauteloso” e “se o fizermos o país não voltará a fechar” – estas foram algumas das suas afirmações.

O número de infetados, ontem, foi de 770, e para o chefe do Governo, “na próxima semana podemos chegar a mil novos casos por dia”. “Temos de travar o crescimento desta pandemia”, insistiu.

O chefe do Governo disse que a “responsabilidade pessoal” de cada um a controlar a pandemia passa pelo cumprimento “escrupuloso” de cinco regras:

1ª – Usar máscara

2ª – Manter higiene permanente das mãos

3ª – Cumprir etiqueta respiratória

4ª – Manter distanciamento físico

5ª – Usar a aplicação StayAway Covid.

“A nossa responsabilidade é permanente, não pode haver relaxamento”, insistiu, dizendo também que na atual fase o controlo da pandemia está muito mais nas mãos de cada pessoa do que nas medidas das autoridades. “Não podemos ter um polícia a bater no ombro de cada um”, exemplificou.

Não tendo anunciado qualquer medida nova, Costa revelou porém que, na próxima semana, a DGS terá concluído o plano de combate à pandemia para o período Outono/Inverno. Seja como for, “antes de pensarmos em novas medidas, temos de nos concentrarmos nas regras que temos de cumprir”. “Se cumprirmos as regras poderemos fazer tudo: ir ao cinema, ao teatro, às escolas e andar de transportes públicos”, prosseguiu.

Costa reconheceu que já pode haver “fatiga” dos portugueses perante o cumprimento de regras de proteção e voltou por isso uma imagem comum no seu discurso: “Isto não é uma corrida cem metros. É uma longa maratona e não sabemos quantos quilómetros vai ter esta maratona”, disse.

“Não vamos poder voltar a parar o país, como aconteceu em março. Agora, o controlo da pandemia depende da responsabilidade pessoal de cada um de nós.”

A convocatória para esta manhã da reunião do gabinete de crise foi feita na quinta-feira Uma fonte do gabinete do PM disse à Lusa que a reunião surgia na sequência do “contínuo aumento” de novos casos diários de infeção e pela necessidade de “reforçar a sensibilização dos cidadãos para a adoção de medidas de prevenção e de segurança contra a covid-19”.

Na sua declaração inicial, o líder executivo considerou que o país “está a sofrer um forte crescimento de novos casos diariamente” – uma trajetória que começou a registar-se em meados de agosto. Por isso “não se pode deixar que a pandemia continue a crescer”.

“Agora, não vamos poder voltar a parar o país, como aconteceu em março. Agora, o controlo da pandemia depende da responsabilidade pessoal de cada um de nós. Não podemos voltar a privar as crianças do acesso à escola, não podemos voltar a proibir as famílias de visitarem os seus entes queridos nos lares, não podemos separar as famílias no Natal como fizemos na Páscoa. Temos mesmo de travar a pandemia por nós próprios através da nossa responsabilidade pessoal”, enfatizou

“Felizmente que não estamos numa situação em que não haja controlo no SNS. Mas os períodos de incubação são longos.”

Já no período de perguntas dos jornalistas, o primeiro-ministro desdramatizou a atual situação do SNS, designadamente em termos de capacidade de resposta a doentes com covid-19.

“Felizmente, a pressão sobre o SNS mantém-se limitada. Aliás, os números de hoje revelam uma diminuição de internados, quer em cuidados intensivos, quer em internamentos gerais. Felizmente, não estamos numa situação em que não haja controlo no SNS. Mas os períodos de incubação são longos.”

Do gabinete de crise, que se reuniu pela última vez em 29 de junho, em São Bento, fazem parte os ministros Pedro Siza Vieira (Economia e da Transição Digital), Augusto Santos Silva (Negócios Estrangeiros), Mariana Vieira da Silva (Presidência), João Leão (Finanças), João Gomes Cravinho (Defesa), Eduardo Cabrita (Administração Interna), Ana Mendes Godinho (Trabalho, Solidariedade e Segurança Social), Tiago Brandão Rodrigues (Educação), Marta Temido (Saúde) e Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação).

DN

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