Conte um conto: Os Sete Corvos (A hét holló – Irmãos Grimm)

por Arnaldo Rivotti
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Nos contos dos irmãos Grimm, a presença dos números é uma constante, sempre com simbologias ligadas ao desenvolvimento integral do ser humano e à intervenção da perfeição celeste.

O certo é que este número se encontra em quase todo o lado, mostrando-nos imagens e sons que conduzem pelo tempo e pelo espaço numa tentativa de saber sempre mais sobre nós e sobre o mundo. É por isso que não acreditamos que a ocorrência tão frequente deste número, nos contos de fadas, seja simples coincidência.

“Em «Os sete corvos», partimos da análise do título, para verificar a existência de uma associação imprevista, uma vez que temos o número sete, símbolo de perfeição, mas os corvos remetem para uma realidade disfórica, ligando-se ao mal e, por isso, opondo-se à beleza e ao positivismo do sete. Como estes, os sete corvos representam, mais uma vez, o amadurecimento humano, através do qual todos conseguirão a verdadeira felicidade.” (in  A simbologia dos números três e sete em contos maravilhosos – https://dialnet.unirioja.es)

OS SETE CORVOS

Houve uma vez um homem que tinha sete filhos e, por mais que desejasse, nem uma filha. Finalmente, certo dia, a mulher deu à luz uma menina. Foi grande a alegria de ambos, mas a menina nasceu tão franzina e tão débil que tiveram que batizá-la às pressas.
O pai mandou que um dos rapazes fosse depressa buscar água na fonte para a batizar; os outros seis foram junto e, como cada qual queria para si o privilégio de encher a bilha, esta caiu na água e desapareceu. Confusos, sem saber o que fazer e não ousando voltar para casa, quedavam-se lá parados. O pai, vendo que se demoravam tanto, impacientou-se:
– Aposto que aqueles marotos estão lá brincando e esqueceram-se da água!
E, com medo que a menina morresse sem batismo, gritou indignado:
– Quisera que se transformassem todos em corvos!
Mal acabou de pronunciar essas palavras, ouviu sobre a cabeça um ruflar de asas e viu sete corvos pretos como carvão alçarem vôo e desaparecerem.
Era tarde demais para retirar a maldição pronunciada num assomo de raiva. Mas, embora desolado com a perda dos sete filhos, procurava consolar-se com a menina, que se foi fortalecendo e se tornando cada dia mais bonita.
A menina ignorou, durante muito tempo, que tivera irmãos, porque os pais tinham o cuidado de não aludir a eles. Certo dia, porém, ouviu os vizinhos comentarem que ela era de fato muito linda, mas não deixava de ser a causa da desgraça de seus sete irmãos. Ouvindo isso, a menina ficou profundamente triste e perguntou aos pais se já tivera irmãos e o que era feito deles.
Os pais, então, não puderam mais ocultar a verdade e contaram-lhe tudo, dizendo que fora um decreto do Céu e que seu nascimento não fora mais que inocente pretexto.
A menina, porém, vivia amargurada com a ideia de ter sido a causa de seus males e achava que devia fazer tudo para libertar os irmãos. Não teve mais sossego e, um belo dia, saindo furtivamente de casa, foi pelo mundo afora, decidida a libertá-los, custasse o que custasse. Não levou consigo mais que um anelzinho ganho dos pais como lembrança; um pão para matar a fome, um cântaro de água para saciar a sede e uma cadeirinha para descansar quando estivesse cansada.
Andou, andou, sempre para frente, longe, longe, até o fim do mundo. Chegou onde estava o Sol, mas ele era muito quente e assustador e gostava de devorar as crianças. Então fugiu depressa e foi onde estava a Lua, mas esta era muito fria, severa e má. Vendo a menina, disse:
– Sinto cheiro, sinto cheiro de carne humana!
A menina fugiu, correndo o mais rapidamente possível e foi onde estavam as estrelas, que a receberam gentilmente e com muita bondade. Estavam todas sentadas, cada qual em seu banquinho, mas a estrela d’alva levantou-se e, dando-lhe um ossinho de galinha, disse:
– Sem este ossinho não conseguirás abrir a porta da montanha de vidro, onde se encontram teus irmãos.
A menina aceitou o ossinho, embrulhou-o bem no lenço e foi andando até chegar à montanha de vidro. Ao chegar lá, viu que o portão estava fechado, então procurou o ossinho para abri-lo mas, infelizmente, o lenço estava vazio. Tinha perdido o presente das boas estrelas.
Que fazer? Queria a todo o custo salvar os irmãos e não encontrava a chave para entrar na montanha de vidro. Então a irmãzinha bondosa pegou uma faca, cortou o dedo mindinho, introduziu-o na fechadura e, com grande facilidade, conseguiu abrir o portão. Quando entrou, veio um anão ao seu encontro e perguntou-lhe:
– Que procuras aqui, minha filha?
– Procuro meus irmãos, os sete corvos.
– Os senhores corvos não estão em casa, mas, se quiseres esperar até que voltem, entra e fica à vontade.
Depois o anãozinho serviu o jantar dos corvos em sete pratinhos e sete copinhos; a irmãzinha provou um pouco de cada pratinho e bebeu um gole de cada copinho; no último copinho, deixou cair o anel que trazia consigo.
Repentinamente, ouviu-se no ar um ruflar de asas e um forte crocitar. O anão disse:
– Os senhores corvos estão chegando, ei-los!

Chegaram, com efeito e queriam comer e beber; então cada qual procurou o seu pratinho e o seu copinho e logo exclamaram, um após o outro:
– Quem comeu do meu pratinho?
– Quem bebeu do meu copinho? Vejo que foi roçado por lábios humanos!
Quando o sétimo foi beber, ao esvaziar o copinho, caiu-lhe na boca o anel. Pegou-o e reconheceu que era um anel de seus pais. Então exclamou:
– Queira Deus que nossa irmãzinha esteja aqui! Assim seremos libertados.
Ao ouvir essas palavras, a menina, que os espreitava de trás da porta, apareceu e os corvos imediatamente recobraram o aspecto humano.
Então, abraçaram-na e beijaram-na muito contentes; depois, cheios de felicidade, regressaram todos para casa.

Grimm testvérek: A hét holló  (versão em húngaro)

Egyszer volt egy ember s annak hét fia. Ez az ember mind azért imádkozott, bárcsak az Isten áldaná meg egy leánygyermekkel is. Isten meg is hallgatta sűrű imádságát, s megajándékozta egy szép kicsi leánykával. De ez a leányka olyan gyenge volt, mikor a világra jött, hogy attól tartottak, egy napot sem él. Nosza, szalasztották a hét fiut, hozzanak friss forrásvizet az erdőből, azzal keresztelik meg a gyermeket, nehogy kereszteletlen haljon meg. Szaladtak a fiuk az erdőbe, de mikor a forráshoz értek, mind első akart lenni a merítésnél, s a korsó szépen beleesett a kútba. Bele ám, s merthogy mély volt a kút, nem tudták kivenni a korsót. Búsultak szegények, most már mit csináljanak. Nem mertek hazamenni, ott maradtak az erdőben, az apjuk pedig nem tudta elgondolni, hogy mi történhetett velük.

– Bizonyosan játékba kaptak, mondta, s megfeledkeztek a vízről.

Hát csak nem jöttek a fiuk s az apjok mind haragosabb lett. Azon való nagy boszúságában, hogy most majd kereszteletlen hal meg a leányka, elkezdett átkozódni:

– Bárcsak mind a heten hollókká változnának!

Még jóformán ki sem röppent a szó a szájából, nagy cserregést, kárrogást hall. Föltekint az ember s hát hét fekete holló repked felette.

Hej, édes Istenem, nagy erős búbánat ereszkedett az ember szívére, de még nagyobb a felesége szívére. Sírtak, ríttak, a hajukat tépték, de sírhattak, ríhattak, a fiuk bizony hollók maradtak. Na, még szerencséjük volt, hogy a kislány nem halt meg, de sőt inkább napról-napra erősödött, szépült. A kis lány sokáig nem tudott arról, hogy neki testvérei voltak, de egyszer véletlenül meghallotta a szomszédoktól, hogy volt neki hét testvére s azok miatta hollóvá lettek.

Jaj, Istenem, de elszomorodott erre a leányka! Futott az apjához anyjához s kérdezte:

– Igaz-e, édes szüleim, hogy nekem volt hét fiu testvérem? Hol vannak, hová lettek?

– Hát bizony, mi türés-tagadás, – mondotta az apja, volt hét fiu testvéred, de azok szegények hollóvá változtak, mikor te a világra születtél. Siratjuk is őket halálig.

E pillanattól kezdve nem volt nyugodalma a leánykának. Fejébe vette, hogy a testvérei miatta lettek hollóvá s föltette magában – egy élete, egy halála – addig meg nem nyugszik, míg a testvéreit meg nem találja s az átok alól meg nem szabadítja. Mondotta is a szüleinek, hogy mit akar, de bezzeg azok még csak most sírtak, ríttak igazán! Nem elég, hogy elvesztették hét drága szép fiukat, most még kifogyjanak egyetlenegy leányukból is! De hiába sírtak, ríttak, a leánykának nem volt otthon maradása. Volt egy kicsi gyűrűje, amit emlékbe kapott a szüleitől, csak ezt vitte magával, na meg egy darab kenyeret, egy korsó vizet: így indult világgá.

Ment, mendegélt a kis leány, hegyeken, völgyeken át, erdőn, mezőn keresztül, addig ment, mendegélt, míg éppen a világ végére ért. Ott a világ végén azonban olyan forrón sütött a nap, hogy a kis lány rémülten szaladt tovább: azt hitte, abban a helyben hamuvá perzselődik. Szaladt a holdhoz, de az meg olyan hideg volt, hogy szinte megfagyott. Szaladt szegény esze nélkül s meg sem állott a csillagokig. Ezek oly kedvesen ragyogtak, mosolyogtak, leültették maguk közé, kérdezték, mi jóba jár, hogy került ide s mikor elmondotta, hogy a testvéreit keresi, mondotta az esthajnali csillag:

– No, jó helyen jársz, kis leány. A jéghegyen van a te hét testvéred. Nesze, adok egy kulcsocskát, ezzel majd kinyitod a jéghegy kapuját s ott megtalálod a testvéreidet.

Megköszönte szépen az ajándékot, elbúcsuzott a csillagoktól s szaladott fel a jéghegyre, mint a sebes szél. Ahogy fölért, keresi a kulcsot, hogy kinyissa az ajtót, keresi, keresi, de nem találja. Jaj, Istenem, mit csináljon most? Hogyan szabadítsa ki a testvéreit? Mit gondolt, mit nem, vette a kis kését, lenyisszentette a kicsi ujját, bedugta a kapuba s ihol, abban a pillanatban felnyilt. Belépett a kapun, de még kettőt sem léphetett, elébe áll egy törpe s kérdi:

– Mit keresel itt, te kis leány?

Felelt a kis leány:

– A testvéreimet keresem, a hét hollót, édes törpém. Itt vannak-e?

– Itt, itt, mondotta a törpe, de most nincsenek itthon. De ha várni akarsz rájuk, míg haza jőnek, akkor csak jere be.

Bementek a hét holló szobájába, ott a törpe megterítette az asztalt, rátett hét tányért, hét poharat, mind a hét tányérba ételt, mind a hét pohárba italt. A kis lány sorba kóstolgatta mind a hétnek az ételét, mind a hét tányérról evett egy keveset, ivott a poharakból is s az utolsó pohárba beleejtette a gyűrűjét.

Egyszerre csak nagy szárnycsattogást, kárrogást hallott a kislány, a törpe meg jelentette:

– Na, kislány, jőnek a holló urak!

Jöttek is a hollók, beröppentek az ajtón, letelepedtek az asztal mellé, elkezdettek falatozni, de mindjárt észrevették, hogy valaki evett az ételükből, ivott az italukból.

– Vajjon ki evett s ki ivott itt? kérdezték egymást. Valami ember volt, az bizonyos.

Akkor a legkisebb holló véletlenül a pohár fenekére pillantott s ott meglátta a gyűrűt.

– Nini, gyűrű! kiáltott. Ez a mi szüleink gyűrűje volt! Nézzétek!

– Az ám! Ez a mi szüleink gyűrüje! kiáltották mind nagy álmélkodással.

– Óh, Istenem, mondotta a legidősebb, ha itt volna a kis hugunk, azonnal megszabadulnánk az átok alól!

Abban a pillanatban elészaladt a kis lány az ajtó mögül, a hová elbujt volt, s im, halljatok csudát, a hét holló egyszeribe fiuvá változott! De milyen szép fiuk voltak! Sorba ölelték, csókolták a kis lányt, aztán se szó, se beszéd, indultak haza, megsem álltak, míg hazáig nem értek. Hát még otthon! Ott volt csak az igazi öröm! Még ma is mind élnek, ha meg nem haltak.

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