Era uma vez um pobre soldado que voltava da guerra. Andava de aldeia em aldeia, extremamente pobre e faminto. Não encontrava ninguém que lhe oferecesse uma fatia de pão ou um simples prato de sopa quente. Pedia de casa em casa e também por muitas outras. Cada vez que batia a uma porta, os aldeões atiçavam-lhe os cães e nada lhe davam. Decidido, resolveu oferecer-se para fazer uma sopa. Junto a um portão agarrou uma pedra do chão e entrou logo na primeira casa que encontrou, onde habitava uma velhinha. – Boa tarde, avozinha! – Deus, Valente Senhor, como está a Senhora! – E a sua saúde? “Como posso servi-lo meu valente senhor?” – respondeu a velhinha. “De alguma forma me poderia servir, só estou com fome, comeria alguma coisa se fosse possível.” “Oh, minha alma, valente senhor, eu dar-lhe-ia tudo o que fosse preciso.” Mas sou tão pobre quanto o rato da igreja. Nada mesmo, o meu quarto, o sótão, tudo está rapado e vazio. “Bem”, diz o soldado, “não sou tão pobre, tenho aqui no bolso, olhe, uma pedra enorme.” Com isso poderia fazer uma bela sopa, só preciso de um caldeirão ou de uma panela para a cozinhar. A velhinha acalmou-se, mas disse-lhe que nada tinha para colocar nela. Bem, o soldado lavou bem a pedra, e colocou-a na panela. A velhinha ateou o fogo. O soldado verteu água sobre a pedra e começou a cozinhar. Mexia e remexia com uma longa colher de pau. O soldado até provava de quando em quando. “Bem, tá muito boa”, dizia soltando estalidos com a língua no céu da boca, “mas se tivesse um pouco de sal, ficaria muito melhor.” – Vou buscar um pouco de sal, já está! O soldado acrescentou o sal, mexendo e dizendo: “Sabe, se tivesse uma colher de unto, ficaria ainda mais saborosa. – Eu tenho, vou trazer! Gabava-se a velhinha. Trouxe-lhe uma colher cheia de gordura, que também foi adicionada à sopa. O soldado misturava, provava e olhava de soslaio para a velhinha. O soldado voltava novamente com as suas perguntas astutas: “Sabe, senhora, quando eu fazia sopa da pedra, juntava-lhe uma chouriça. Como ficaria deliciosa! “Também tenho chouriço”, disse a velha, “vou buscar um pedaço à arca.” “Traga dois, então, avozinha, um para si e outro para mim”, disse o soldado. – Eu trago, eu trago! – A velhinha trouxe dois nacos de linguiça. O soldado também os juntou à panela. Mexa, experimente. “Imagine se a sopa levasse umas batatas e umas cenouras bem picadinhas.” “Eu tenho isso”, disse a velha senhora com orgulho, “Vou buscar!.” De imediato trouxe-lhe um ramo de cenouras, um punhado de batatas, salsa, um dente de leão, que depois de limpos foram diretamente para a panela. O soldado continuou a mexer, dando a provar uma colher de sopa à velhinha. – Prove, está bom agora! A velha senhora provou e lambeu o canto da boca. “Oh, veja bem, nunca imaginei que uma sopa da pedra fosse assim tão boa. Imagine se levasse uns baguinhos de arroz. “Vou de imediato à despensa”, ripostou a velhinha. Deitaram uns grãos de arroz na sopa e o soldado já esfregava a barriga de contente. “É apenas uma maneira simples de fazer uma sopa!” Deixaram a sopa apurar até ficar bem cozida. Logo de seguida o soldado encheu dois pratos. Um para ele e outro para a velha senhora. A velha não pôde deixar de se perguntar como é que uma sopa tão boa poderia ser feita de pedra. Então, quando já estavam de barriga cheia, a velhinha virou-se para o soldado. “Diga-me, senhor, não me venderia esta pedra?” Muitas vezes não é nem o que eu cozinho, mas sim o sabor que a pedra dá à sopa. – Claro que não! Retorquiu o soldado, sorrindo por baixo do bigode. Mas já que foi tão simpática comigo vou vendê-la por cem forints. A velha de imediato lhe entregou os cem forints e embrulhou o resto da sopa, que mais não era do que a pedra restante, num pano limpo e alvo, guardando-a para a próxima sopa. O soldado despediu-se rapidamente com os cem forints no bolso, para que a velha não mudasse de ideias e os pedisse de volta. Agora que já estava cheio e tinha cem forints, continuou alegremente o seu caminho durante a noite, até que encontrou outra velha que não sabia cozinhar a sopa da pedra. Lá estava ele de barriguinha cheia novamente. Que sopa a pobre velha poderia fazer com aquela pedra, não se sabe ainda. Fica para uma próxima história…
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Tradução do conto original em húngaro