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Conte um conto!: “ A deslumbrante Rosa Dragonete” – Világszép sárkány rózsa!

Elek Benedek (1859-1929), jornalista, crítico literário, editor, político, autor prolífico de novelas para a juventude, tradutor de lendas estrangeiras, foi o cronista dos costumes, do quotidiano e do folclore dos povoados de língua húngara espalhados pelo sudeste da Transilvânia. Para os moradores desses lugarejos, muitos dos personagens dessas fantasias que povoavam as pausas para descanso do trabalho ou as noites invernais não pertenciam ao mundo da ficção: eles acreditavam na realidade dos feitiços e encantamentos. “A deslumbrante Rosa Dragonete” um nome por si só inusitado e engraçado!, traduzido por Ildikó Sütö para português do Brasil. Como o título já insinua, esta é uma história com um humor peculiar (observe o estilo do início da narrativa). É também uma história longa, que pode ser contada de uma vez ou em capítulos, especialmente para crianças a partir de 6 anos.

A deslumbrante Rosa Dragonete (Conto húngaro)

Onde foi, onde não foi, mas em algum lugar certamente foi, pra cá dos sete reinos, além do mar Operenciano (1), bem pra lá do cafundó, onde fuça o porquinho rabicó, existia certa vez um grande monarca. Acreditem ou não, todo o Reino da Fantasia e mais um palmo lhe pertencia, mas mesmo que lhe pertencesse outro tanto, jamais olhos humanos puderam ver esse monarca sorrir. Aliás, nem a rainha. Suas noites eram passadas na maior tristeza, e a tristeza também lhes preenchia os dias, por não terem filhos. Sua preocupação constante era a pergunta: a quem deixar o grande Reino da Fantasia?

E o tempo passava. Uma noite, um velhinho bem grisalho apareceu à rainha em seus sonhos, dizendo-lhe:

– “Não ficai triste, Alteza, mas tomai nota: de hoje a um ano nascer-vos-á um menino extraordinário, de dentes de ouro, e não haverá outro igual em todo o mundo. Mas há um ‘porém’, que deverá ser levado em consideração: um dia, esse menino deverá ter por esposa a deslumbrante Rosa Dragonete”.

Ao acordar, a rainha se lembrou do sonho e ficou imensamente feliz. Sua felicidade, no entanto, ficou embaçada pela tristeza e preocupação. Ficou feliz por saber que teria um filho, e triste porque ela conhecia a história da deslumbrante Rosa Dragonete ou seja, que ela fora raptada do Reino das Fadas pelo rei do grande Reino dos Dragões, e um número incontável de jovens guerreiros e valentes paladinos, que haviam isso ao seu encalço para libertá-la, jamais voltara vivo.

O ano passou e, realmente, o velho grisalho tivera razão: a rainha teve um filho, uma verdadeira pérola de menino, uma criança extraordinária, de dentes de ouro, e tão esperto, que já no primeiro dia ficou em pé e falou.

Disse ao pai:

– “Paizinho, leve-me para a escola porque eu quero estudar”.

– “Como não, meu querido filho” – respondeu-lhe o pai. – “Vou mandar atrelar a minha carruagem dourada e vou te levar onde teu coração desejar”.

Passou um ano, quase dois, e o príncipe dos dentes de ouro, cresceu rapidamente tornando-se um rapaz valente e destemido; terminou seus estudos na escola, correu mundo, depois voltou para casa e disse à mãe:

– “A senhora se lembra, minha mãe, da profecia daquele velho grisalho?”

A rainha, cheia de tristeza, respondeu:

– “Lembro-me, sim, e como me lembro, meu querido filho! Aliás, preferiria não me lembrar”.

– “Não se entristeça, doce mãezinha – disse-lhe o príncipe -, irei procurar a deslumbrante Rosa Dragonete, mesmo que ela se encontre no fim do mundo, e vou raptá-la do rei dos dragões, nem que seja a última coisa que faça na vida!”

Em vão a rainha chorou, implorou ao filho que ficasse em casa, não desperdiçasse sua jovem vida. O príncipe dos dentes de ouro, porém, não sossegou, despediu-se do pai, da mãe, do pessoal da corte e foi enfrentar o mundo.

Andou, andou, por todos os sete reinos. Num dado momento, enquanto atravessava uma imensa floresta, notou um clarão saindo de uma poça d’água no meio da estrada. Aproximou-se, olhou, olhou e viu atolada na lama uma minúscula carruagem dourada, dentro da carruagem uma belíssima senhora e, embora seis pequenos esquilos estivessem atrelados à carruagem, eles não conseguiam desatolar a pequena viatura. O príncipe nem esperou que lhe pedissem, sem pestanejar pegou delicadamente a minúscula carruagem e a retirou da poça d’água.

– “Ora, ora, meu príncipe! Porque príncipe és, isso se vê pelo seu rosto” – falou a bela senhora -, “amor com amor se paga. Fica sabendo que sou a Rainha das Fadas, posso realizar um desejo teu, o que queres de mim?”

– “Se a senhora é a Rainha das Fadas, então a deslumbrante Rosa Dragonete é sua filha. Nada quero da senhora, apenas que me conceda a mão de sua filha”.

Ao ouvir isso, a Rainha das Fadas se entristeceu e, com os olhos marejados de lágrimas, respondeu ao príncipe:

– “Tens razão, ó príncipe. A minha filha é a deslumbrante Rosa Dragonete, mas ela não é mais minha porque o rei do grande Reino dos Dragões a raptou de mim, e não existe homem capaz de tirá-la de suas mãos. Mas é bom que fiques sabendo como é o rei do Reino dos Dragões: ele sova o ferro como se fosse massa de pão, esmigalha pedra como se fosse ricota e amassa madeira como se fosse cânhamo. Jamais poderás vencê-lo, mesmo que o tentes”.

– “Pela vida ou pela morte, pois ainda assim eu irei tentar” – disse o príncipe. – “Se ele é forte, também o serei, se ele sabe de uma coisa, eu sei de duas”.

– “Está bem” – disse a rainha -, “se realmente não te demoveres de tua intenção e não baqueares, vou te ajudar. Toma, aqui estão três fios dourados de cabelo provenientes de uma única raiz e um pedaço de barbante. Bate com esse barbante três vezes nos três fios de ouro e eles se transformação num corcel mágico, de poderes extraordinários, como jamais se viu igual no mundo, e o barbante será uma rédea de ouro e brilhantes. Monta nesse cavalo e ele te levará ao sopé de uma montanha muito alta, onde encontrarás uma fonte na qual deverás banhar-te. Teu cabelo ficará dourado e teu corpo se tornará resistente a qualquer espada enquanto tu próprio ficarás sete vezes mais forte do que agora. Ao lado da fonte há um salgueiral e entre os arbustos encontrarás uma espada enterrada na terra da qual apenas a ponta estará visível. Puxa-a, cinge-a à cintura e, ainda que te canses durante a luta estafante, ela combaterá sozinha, basta ordenar-lhe: espada, fora da bainha! Mas, infelizmente, nem isso será suficiente para saíres vitorioso, porque, repito, o rei dos dragões tem uma força descomunal. Portanto, vou te dar ainda três garrafas de tamanhos diferentes; cada uma delas contém um líquido fortificante. Em caso de necessidade, bebe primeiro da garrafa menor, depois da garrafa do meio e por último da garrafa maior. Assim, talvez, poderás vencer o rei do Reino dos Dragões”.

Dizendo isso, a rainha tocou os esquilos com seu chicotezinho de franjas de ouro e desapareceu como se tivesse sido engolida pela terra. O príncipe, que permanecera parado no meio da estrada, pegou os três fios de cabelo de ouro, bateu neles com o barbante e no mesmo instante se transformaram num belíssimo e fogoso tordilho, e o barbante se transformou numa rédea de ouro e brilhantes, tão cintilante que sua luz iluminou a imensa floresta.

O príncipe pulou no tordilho e, upa-upa!, o alvorecer o encontrou junto do sopé da montanha; lá ele se banhou na fonte e imediatamente seus cabelos ficaram dourados, e ele próprio passou a sentir-se sete vezes mais forte do que antes. Foi até o bosque de salgueiros e, realmente, ali se deparou com a espada semi-enterrada no chão; puxou-a e a pôs na cintura tornando a montar no cavalo.

O tordilho voava como o vento, aliás mais rápido que o próprio vento, quando de súbito ele estacou. O príncipe abriu os olhos e viu que o tordilho parara diante de uma ponte de cobre.

– “Qual o problema, meu querido cavalo?”

– “Nada, querido amo, simplesmente chegamos à ponte de cobre. Descanse um pouco, porque, como pode ver, ela está sendo guardada por dois dragões e enquanto você não os matar, não poderá entrar no grande Reino dos Dragões”.

O príncipe descansou um tantinho, depois avançou contra a ponte; os dois dragões no entanto, não foram suficientes nem para seu dedo mindinho, pois num piscar de olhos ele os estraçalhou em pedacinhos. Atravessou a ponte num salto e foi cair bem no interior do Reino dos Dragões. Era ali que ficava o castelo de diamantes do rei dos dragões, no meio de um lindo gramado de fios de seda. Naquele exato momento estavam cortando a relva de seda com foices de ouro, e recolhendo a grama cortada com forquilhas de diamante para erguê-la em medas. E lá estava também a deslumbrante Rosa Dragonete, sentada tristonha debaixo de uma árvore.

O príncipe dos dentes de ouro cavalgou até ela, cumprimentou-a gentilmente, e lhe disse:

– “Não chore, nem fique triste, ó deslumbrante Rosa Dragonete, vim para salvá-la”.

E ela respondeu mais triste ainda:

– “Do jeito que você chegou pode voltar, porque jamais conseguirá me libertar, devo fenecer e morrer aqui”.

– “O rei dos dragões está em casa?” – perguntou o príncipe.

– “Não está” – respondeu Rosa Dragonete – “mas ele vem par almoçar e então…, pobre de você, meu príncipe!”

– “O que terá de ser, será, belíssima Rosa Dragonete” – disse o príncipe. “Um velho grisalho profetizou um dia à minha mãe que você será a minha esposa, e vim buscá-la. Você quer ser libertada?”

– “Ai, é claro que quero!”

– “Bem, se é realmente isso que você quer, então vou levá-la daqui”.

Enquanto o rei dos dragões estava ausente, Rosa Dragonete contou em segredo ao príncipe que no porão havia um barril, que provavelmente continha a força do rei dos dragões, porque ele costumava beber daquele barril.

Disse o príncipe:

– “Me encha um cantil daquela bebida, quero experimentá-la já”.

Nesse entretempo chegou meio-dia, hora de o rei dos dragões voltar para casa em seu cavalo mágico, e no momento em que ele entrou no pátio se deparou com o príncipe dos dentes de ouro.

– “Você chegou em boa hora” – gritou rei. “Estava à sua espera, príncipe dos dentes de ouro! Venha, vamos lá fora até a eira de chumbo, vamos ver quem de nós é o mais forte”.

Saíram então até a eira de chumbo, lá o rei rapidamente cortou uma rocha ao meio com seu canivete de cabo de madeira e, jogando uma metade para o príncipe, disse-lhe:

– “Então, príncipe dos dentes de ouro! Esmigalhe esse pedaço de rocha, como eu farei com a minha metade, depois acreditarei que você é mais forte do que eu”.

E imediatamente esfarelou a rocha, transformando-a em farinha.

– “Ora, isso não é nada” – disse o príncipe e espremeu o pedaço de rocha, fazendo escorrer água dela.

– “Vejo” – disse o rei dos dragões – “que você é um rapaz muito forte, agora já podemos lutar. Espere um minuto que vou correndo até a adega para buscar minha espada.

– “Nada disso! Nem pense numa coisa dessas!” – gritou o príncipe. “Fique por aqui mesmo, vamos lutar sem espada”.

– “Está bem, como quiser, vamos lutar sem espada” – e o rei dos dragões agarrou o príncipe pela cintura e o atirou ao chão com tamanha violência, que ele se enterrou no chumbo até os joelhos.

É mas o príncipe também não deixou por menos, pulou fora do buraco, agarrou o rei dos dragões, fê-lo rodopiar no ar e o atirou ao chão onde ele se enterrou até a cintura.

Mas o rei dos dragões também não entregou os pontos, saltou para fora e enterrou o príncipe no chão até o pescoço.

– “Espere só!” – berrou o príncipe. “Você se deparou com um seu igual!”

Desvencilhou-se, agarrou o rei dos dragões pela cintura e o enterrou no chão até o nariz.

Dessa vez ele não conseguiu nem se mexer, muito menos sair. Pôs-se, então, a implorar pela sua vida. E o príncipe dos dentes de ouro disse:

– “Está bem, não quero a sua vida, quero apenas a deslumbrante Rosa Dragonete”

E dizendo isso o príncipe se dirigiu ao castelo, mas nem chegou a alcançar o portão, pois foi impedido de prosseguir pelo rei dos dragões, que de alguma maneira conseguira se libertar do buraco:

– “Ei, príncipe dos dentes de ouro! Espere só um pouquinho, vamos lutar mais uma vez”.

Mas agora o príncipe também se preveniu: pegou as três garrafinhas que a rainha das fadas lhe dera e esvaziou as três de uma só vez, e só depois avançou contra o rei dos dragões.

Não lutaram por muito tempo, logo o rei dos dragões deu om a cara no chão e exalou o último suspiro.

A deslumbrante Rosa Dragonete não cabia em si de contente, e claro que o príncipe também não se entristeceu. Com uma vara de ouro, Rosa Dragonete bateu no castelo de diamantes, que se transformou numa linda e esférica maçã diamantina, que ela guardou no seio e os dois montaram no tordilho, só parando quando chegaram ao Reino das Fadas, no palácio do rei. Lá celebraram imediatamente o casamento, em grande estilo e com muita festa, e logo a seguir continuaram a viagem até a terra do príncipe dos dentes de ouro, o grande Reino da Fantasia, onde fizeram novas comemorações, e que comemorações! Também eu estive presente, e até ganhei uma coxa de chapim(2), mas, por incrível que pareça, não é que continuei faminto?

Quem não acreditar, que vá investigar!

(1) Assim chamado nos contos populares húngaros o mar (ou rio) imaginário existente na fronteira do mundo da fantasia. Segundo uma explicação mais difundida, trata-se de uma corruptela do alemão “Ob der Enns”, que significa “acima do Enns”, nome de um rio na Alta Áustria, muito mencionado por soldados húngaros que haviam ido lutar e, ao voltarem para casa, contavam histórias de aventuras fantásticas que teriam vivenciado! (Nota de Ildikó Sütö)

(2) Pequeno pássaro conirrostro, i.e., de bico curto e cónico como o dos pardais. (Nota de Ildikó Sütö)

 

Világszép sárkány rózsa (Magyar Mese)

 

Az aranyfogú királyfiról s a Világszép Sárkány Rózsáról mondok mesét mostan nektek, gyerekek. Hol volt, hol nem volt, de valahol mégis volt, hetedhét országon innét, az Óperenciás-tengeren túl, hol a kurta farkú malac túr – volt egyszer egy király. Akár hiszitek, akár nem, ezé a királyé volt az egész nagy Meseország, még azon is egy sánta arasszal túl, de övé lehetett volna még egy sánta arasszal azon túl is, mégsem látta mosolyogni a királyt emberi szem. De még a királynét sem. Bú volt éjjelük, bú volt nappaluk, mert az Isten nem áldotta meg őket gyermekkel, s mind azon évelődtek, kire hagyják majd nagy Meseországot. Telt-múlt az idő, s egyszer a királyné azt látja álmában, hogy megjelenik egy ősz öregember, s mondja: – Ne búsuljon, felséges királyné, jó az Isten, majd megvigasztalja. Tartson számot rá, mához esztendőre olyan gyöngyömadta, aranyfogú táltos fiúval áldja meg az Isten, hogy nem lesz annak párja kerek e világon. De tartson számot arra is, hogy ennek a fiúnak Világszép Sárkány Rózsa lesz a felesége. Fölébred a királyné, végiggondolja az álmát, s örült is, búsult is. Örült, hogy fia lesz, de búsult is, mert tudta, hogy Világszép Sárkány Rózsát nagy Sárkányország királya elrabolta Tündérországból, s ahány világhíres vitéz utána indult, hogy kiszabadítsa, egy sem tért élve vissza. No, eltelik az esztendő, s hát csakugyan igaza volt az ősz öregembernek: Isten meghallgatta a király s a királyné sűrű imádságát, megelégelte sok keserves könnyhullatását, s megáldotta egy gyöngyömadta, aranyfogú fiúval, aki már első nap talpra állott, s megszólalt: Azt mondta az apjának: – Édesapám, vigyen engem iskolába, mert tanulni akarok. Mondta az apja: – Hogyne vinnélek, édes, drága fiam. Mindjárt befogatok aranyos hintómba, s viszlek, ahová a szíved kívánja. Egy esztendő, kettő alig hogy eltelt, erős legénnyé cseperedett az aranyfogú királyfi, végigtanulta az iskolákat, bejárt országot-világot, akkor aztán hazakerült, s mondta az édesanyjának: – Emlékszik-e, édesanyám, hogy mit jövendölt volt az ősz öregember? Felelt a királyné nagy búsan: – Emlékszem, emlékszem, édes, drága fiam, bár ne emlékezném! – Egyet se búsuljon, édes lelkem, anyám – mondta a királyfi -, megkeresem én Világszép Sárkány Rózsát, ha a világ végén van is, s elhozom a sárkánykirálytól, ha addig élek is. Hiába sírt a királyné, hiába kérte a fiát: maradj itthon, fiam, ne veszítsd el fiatal életedet – az aranyfogú királyfinak nem volt maradása, elbúcsúzott apjától, anyjától, az udvarbéli népektől, s elindult világgá. Ment, mendegélt a királyfi hetedhét ország ellen, s egyszer, amint este megy rengeteg erdőn keresztül, valami fényességet lát az út közepén, egy pocsolyában. Közelebb megy, nézi, nézi, s hát a pocsolyában egy icipici aranyos kocsi van, a kocsiban egy szépséges szép asszony, s ámbátor hat fehér mókus volt a kocsi elé fogva, nem tudott kivergelődni a pocsolyából. Bezzeg egy szóval sem kérette magát a királyfi, megfogta a kocsit, s szépen kiemelintette a pocsolyából. – No, te királyfi, mert látom az arcodról, hogy az vagy – szólt a szép asszony -, jótét helyébe jót várj. Tudd meg, hogy én vagyok a tündérek királynéja, mit kívánsz tőlem? – Ha te vagy a tündérek királynéja, akkor a te lányod Világszép Sárkány Rózsa. Nem kérek én tőled egyebet: add nekem a lányodat. Elszomorodott erre a szóra a tündérek királynéja, könnybe borult a szeme, s mondta a királyfinak: – Igazad van, te királyfi. Az én lányom Világszép Sárkány Rózsa, de mégsem az enyém, mert elrabolta tőlem nagy Sárkányország királya, annak a keze közül pedig nincs ember, aki kiszabadítsa. Mert tudd meg, hogy nagy Sárkányország királya a vasat úgy gyúrja, mint a tésztát, a követ úgy morzsolja, mint a túrót, s a fát úgy töri pozdorjává, mint a kendert. Soha nem győzöd le őt, hiába próbálsz szerencsét. – Már egy életem, egy halálom, én azt mégis megpróbálom – mondta a királyfi. – Ha ő erős, én is az vagyok, ha ő tud egyet, én tudok kettőt. – Jól van – mondta a királyné -, ha csakugyan meg nem tántorodol erős föltételedben, nesze, adok neked egy tőből nőtt három arany hajszálat s egy kilincsmadzagot. Ezzel a kilincsmadzaggal üsd meg háromszor az egy tőből nőtt három arany hajszálat, s lesz belőle olyan táltos paripád, amilyen még ezen a világon nem volt, a kilincsmadzagból pedig aranyos, gyémántos kantár. Csak ülj fel a lóra, s ez elvisz téged egy magas hegy aljába, ottan találsz egy forrást, abban fürödjél meg, a hajad egyszeriben arannyá változik, testedet kard nem fogja, s magad hétszerte erősebb leszel, mint eddig voltál. A forrás mellett, a fűzfabokrok közt, találsz egy kardot, melynek csak a hegye látszik ki a földből. Ezt húzd ki, kösd az oldaladra, s ha majd kifáradsz a nagy viaskodásban, vág ez magától is, csak szólj neki: kard, ki a hüvelyből! De még ez sem elég, mert mondom neked, hogy rettentő nagy az ereje nagy Sárkányország királyának. Adok még három üveget, mind a háromban erősítő ital van. Ha szükséged lesz rá, előbb igyál a legkisebbik üvegből, azután a középsőből s legutoljára a legnagyobbikból. Így tán meggyőzöd nagy Sárkányország királyát. Azzal a királyné a mókuskákat meglegyintette aranycsapós ostorkájával, s úgy eltűnt, mintha a föld nyelte volna el, a királyfi pedig ott maradt az út közepén. Elővette az egy tőből nőtt három arany hajszálat, megütötte a kilincsmadzaggal, s hát abban a szempillantásban egy gyönyörűséges vasderes paripa lett belőle, a kilincsmadzagból pedig aranyos, gyémántos kantár, de olyan fényes, hogy ragyogó világosság lett egyszeriben a rengeteg erdőben. Fölpattant a királyfi a vasderesre, s hipp-hopp! mire pitymallott, ott volt ama hegy tövében, megfürdött a forrásban, s ím abban a pillanatban aranyhaja lett, s hétszerte erősebbnek érezte magát, mint annak előtte. Megy a fűzfabokrok közé, s csakugyan ott a kard, kirántotta a földből, felkötötte az oldalára, s azzal ismét felpattant a lovára. Repült a vasderes, mint a szél, még a szélnél is sebesebben, s egyszerre csak nagyot toppant. Kinyitja szemét a királyfi, s hát egy rézhíd előtt állott meg a táltos. – Mi baj, édes lovam? – Semmi, édes gazdám, csak itt vagyunk a rézhíd előtt. Pihenj egy keveset, mert, látod-e, két sárkánykígyó őrzi ezt a hidat, s míg ezeket el nem pusztítod, nem jutsz nagy Sárkányországba. No, pihent is, nem is a királyfi, nekiugratott a hídnak, de még a kicsi ujjának sem volt elég a két sárkánykígyó, egy szempillantásra összekaszabolta. Azzal keresztülugratott a hídon, be nagy Sárkányországba, annak is a kellős közepébe. Ott volt a sárkánykirály gyémántpalotája, egy gyönyörű selyemrétnek a közepén. Éppen akkor kaszálták a selyemrétet aranykaszákkal, rakták a boglyákat gyémántvillákkal, s kint volt Világszép Sárkány Rózsa is, üldögélt egy fa alatt nagy búsan. Egyenesen elejébe vágtatott az aranyfogú királyfi, köszöntötte szépen, illendően Világszép Sárkány Rózsát, s mondta neki mindjárt: – Ne sírj, ne búslakodj, Világszép Sárkány Rózsa, ím eljöttem, hogy megszabadítsalak. Felelte nagy búsan Világszép Sárkány Rózsa: – Eljöhettél s vissza is indulhatsz, engem soha meg nem szabadítasz, itt kell elhervadnom. – Itthon van-e a sárkánykirály? – kérdezte a királyfi. – Nincs – felelte Világszép Sárkány Rózsa -, de délebédre hazajő, s bizony jaj lesz neked akkor, te szegény királyfi. Mondta a királyfi: – Ahogy lesz, úgy lesz, Világszép Sárkány Rózsa. Az édesanyámnak egy ősz öregember azt jövendölte volt, hogy te leszel az én feleségem: én eljöttem érted. Akarod-e, hogy megszabadítsalak? – Jaj, hogyne akarnám! – Bizony, ha akarod, el is viszlek innét! Amíg a sárkánykirály hazajött volna, Világszép Sárkány Rózsa megsúgta a királyfinak, hogy a pincében van egy hordó, abban lesz nyilván a sárkánykirály ereje, mert abból szokott inni. Mondja a királyfi: – Hozzál egy kulaccsal abból az italból, mindjárt megpróbálom. Leszalad Világszép Sárkány Rózsa a pincébe, teletölt egy kulacsot abból a hordóból, fölszalad vele, hajt belőle egyet a királyfi, s hát csakugyan sokkal erősebb lett, mint volt annak előtte. Eközben elkövetkezik a délebéd ideje, s hát jő a sárkánykirály táltos lován, s ahogy betoppan az udvarra, meglátja az aranyfogú királyfit. – Éppen jókor jöttél – kiáltott a sárkánykirály -, téged vártalak, aranyfogú királyfi! Ma éjjel megláttam álmomban, hogy idejössz. Gyere csak az ólomszérűre, hadd lám, melyikünk erősebb! Kimentek az ólomszérűre, ott a király hamarosan kettévágott egy kősziklát a fanyelű bicskájával, az egyik felét a királyfinak dobta, s mondta neki: – No, te aranyfogú királyfi! Morzsold össze úgy ezt a sziklát, mint én a másik felét, akkor aztán elhiszem, hogy erősebb vagy. Azzal mindjárt lisztté is morzsolta a sziklát. – Hiszen ez semmi! – mondta a királyfi, s úgy összemorzsolta a sziklát, hogy víz csepegett belőle. – Látom – mondta a sárkánykirály -, hogy erős legény vagy, most már viaskodhatunk. Várj csak, leszaladok a pincébe, hogy felhozzam a kardomat. – Nem oda Buda – kiáltott a királyfi -, csak maradj itt, küzdjünk kard nélkül! – Jól van, hát küzdjünk kard nélkül – s azzal a sárkánykirály derékon kapta a királyfit, s úgy levágta, hogy térdig esett az ólomszérűbe. No de a királyfi sem hagyta magát, kiugrott a likból, felkapta, megforgatta a sárkánykirályt, s derékig vágta a földbe. De bizony a sárkánykirály sem hagyta magát, kiugrott, s a királyfit nyakig vágta az ólomszérűbe. – Megállj csak – rikkantott a királyfi -, mindjárt emberedre találsz! Kiugrott, megkapta derekán a sárkánykirályt, s levágta, de úgy belevágta az ólomszérűbe, hogy éppen az orráig süppedt le. De most már nem tudott kiugorni. Könyörgésre fogta, hogy hagyja meg az életét. Azt mondta az arany fogú királyfi: – Jól van, nem kell nekem a te életed, csak Világszép Sárkány Rózsa kell nekem. Azzal elindult a királyfi a palotába, de még az ajtó elé sem ért, valahogy kimászott a sárkánykirály a likból, s megállította: – Hé, aranyfogú királyfi! Várj csak egy kicsit, még egyszer küzdjünk meg. De mármost a királyfi is elévette a három üveget, s kihajtotta mind a hármat fenékig, aztán neki a sárkány királynak. No, nem sokáig viaskodtak, fűbe harapott a sárkánykirály. Hej, istenem, örült Világszép Sárkány Rózsa, de még az aranyfogú királyfi sem búsult. Egy aranyvesszővel megsuhintotta Világszép Sárkány Rózsa a gyémántpalotát, gömbölyű gyémántalma lett belőle, beledugta a keblébe, aztán lóra ültek, s hipp-hopp! meg sem álltak Tündérországig, ott is a tündérkirály palotájáig. Ott egyszeriben papot hívtak, nagy lakodalmat csaptak, azután meg ismét fölkerekedtek, s az aranyfogú királyfi hazájáig, a nagy Meseországig meg sem állottak. Itt megint nagy lakodalmat csaptak, de milyen nagyot! Magam is ott voltam, egy cinegelábat kaptam, s halljatok csudát! – mégis éhen maradtam. Aki nem hiszi, járjon utána.