Comprar a nacionalidade é um negócio em alta. E Portugal está na mira

por admin
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Pandemia está a aumentar a procura por novos passaportes, uma forma de os super-ricos manterem a mobilidade e a segurança. Comprar a nacionalidade é um negócio em alta. E Portugal está na mira…

Apandemia tem feito aumentar a procura de programas de cidadania por investimento – em Portugal, os famosos vistos Gold – por parte dos super-ricos, que face ao novo contexto internacional causado pela covid-19 procuram garantir condições de mobilidade e segurança.

De acordo com um trabalho publicado pela CNN, a pandemia tem levado a elite financeira mundial a apostar na aquisição de passaportes diferentes da sua nacionalidade de origem. “As pessoas procuram a segurança de uma cidadania alternativa, que lhes dá um plano B”, refere à CNN Travel Dominic Volek, da empresa de consultoria de residência Henley & Partners. Durante os últimos anos as principais motivações para recorrer aos chamados CIP (Programas de Cidadania por Investimento) têm sido a liberdade de movimentos, benefícios fiscais e estilo de vida. Mas a estes fatores juntam-se agora a resposta à pandemia e a qualidade do serviços de saúde. A mesma empresa revela que registou um aumento de 49% nas consultas sobre estes programas, no período entre janeiro e junho deste ano. E o número de pessoas que entraram com um pedido, na sequência de uma consulta, aumentou 42% na comparação entre o último trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020.

Em causa estão grandes investidores, à escala global – que, estima a CNN, tendem a ter um património entre dois milhões e 50 milhões de dólares – que querem manter uma elevada mobilidade e uma igualmente elevada qualidade de vida. E, nesta altura e para o futuro, segurança face a esta ou outras pandemias que possam vir a surgir.

“Um país como Portugal é um dos mais atrativos porque o preço, entre os 350 mil e os 500 mil euros, é acessível” aos super-ricos.

Portugal é um dos alvos de interesse. Não tanto como Chipre, que viu os pedidos aumentarem 75%. Malta também regista uma elevada procura. A explicação não é difícil. Estes países têm programas que “garantem ao investidor e à sua família liberdade de circulação dentro da União Europeia”, refere Dominic Volek. Noutros pontos do globo, a Nova Zelândia, por exemplo, é também um destino em alta, o que neste caso se deverá mais ao sucesso do país no combate à pandemia.

Volek também refere Portugal. “Um país como Portugal é um dos mais atrativos porque o preço, entre os 350 mil e os 500 mil euros, é acessível” aos super-ricos, dá “acesso ao espaço Shengen” e abre caminho à obtenção da cidadania portuguesa “após cinco anos de residência, desde que fale português de nível básico”. “Mas se o cliente tiver capacidade financeira deve ir diretamente a Malta ou a Chipre porque obtém imediatamente a cidadania europeia”, acrescenta.

A CNN publica um ranking elaborado pela empresa Apex Capital Partners, a partir dos preços base dos programas de investimento que dão acesso à cidadania e, em decorrência, ao passaporte do país. De acordo com esta tabela 100 mil dólares é quanto basta para aceder aos programas de alguns países do Caribe, mas logo a seguir surgem Montenegro e Portugal, com um valor apontado de 294 mil euros. Em Chipre o valor sobe para 2,5 milhões de euros, enquanto no Reino Unido, o país com um encargo financeiro mais alto, o montante ascende aos 2,6 milhões de euros.

Em Portugal, os polémicos vistos Gold foram instituídos em 2012 como uma forma de atração de investimento para o país. O programa requer um investimento mínimo de 250.000 euros, sendo que o investidor pode escolher entre uma variedade de opções de investimento – a mais requerida tem sido o investimento mobiliário. No último orçamento do Estado esta última opção foi limitada, com o investimento imobiliário em Lisboa e Porto a deixar de contar para a obtenção deste benefício que, ao fim de cinco anos, permite pedir passaporte português.

O investimento no património nacional, a criação de uma empresa com dez empregos ou a transferência de capital superior a um milhão de euros são outras opções dos vistos Gold.

Fonte: Diário de Notícias

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