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O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, recebeu hoje o Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungria, Péter Szijjártó

A reunião de trabalho passou em revista as relações bilaterais entre os dois países e diversos temas da agenda europeia, como o Fundo de Recuperação e o Próximo Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, a Presidência Portuguesa da União Europeia ou a relação com o Reino Unido. Foram igualmente analisados tópicos da agenda internacional como a parceria com África, a situação na Síria e na Ucrânia.

 

 

 




Ministro dos Negócios Estrangeiros Húngaro Visita Portugal no Dia 23

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, vai estar em Lisboa esta semana, conforme foi anunciado na sua página da rede social Facebook.

 

Segundo a mesma fonte, o governante húngaro além de Lisboa será recebido também em Paris, Toulouse e Jerusalém, não tendo sido prestadas quaisquer informações sobre o programa da visita do chefe da diplomacia húngara, remetendo para a assessoria de imprensa do ministro em Budapeste.

Já na sua anterior visita a Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro tinha  identificado Portugal como “uma excelente plataforma” para permitir que a Hungria reforce a cooperação com os países da América Latina e de África, que acredita que serão os promotores do “crescimento global”.

Péter Szijjártó, referiu então que o seu país lançou um programa intitulado “Abertura a sul”, no âmbito do qual pretende aumentar a cooperação com os países da América Latina e de África, por considerar que “o crescimento global virá destas regiões do mundo”.

“Portugal é um excelente centro para isso”, destacou o governante, em entrevista realizada à Lusa no final da última visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

No dia 23, o Chefe da Diplomacia assinará em Lisboa protocolos de índole científica e prestará homenagem no Estádio da Luz a Gutmann Béla e Miklós Fehér.

Outros assuntos poderão estar também na ordem do dia, nomeadamente os desenvolvimentos do acordo fechado na madrugada de hoje, na sequência da maratona negocial em Bruxelas.




Costa visita Orbán e defende que Estado de Direito não deve ser critério para fundos europeus

Primeiro-ministro visitou Orbán e concordou que violações de direitos devem ser abordadas como previsto nos tratados e não devem servir para penalizar Hungria na distribuição de fundos europeus.

António Costa teve de render-se à realpolitik. Se os socialistas europeus não largam Viktor Orbán e denunciam com frequência os abusos do governo húngaro ao Estado de Direito, o primeiro-ministro português encontrou-se esta terça-feira de manhã com Orbán em Budapeste. Costa quer um acordo no próximo Conselho Europeu para o programa de recuperação financeira e, à saída da reunião com Orbán, defendeu que o Estado de Direito não deve deve ser uma condicionante na atribuição de fundos comunitários. Para o primeiro-ministro português, que falava em declarações à RTP, as questões de “liberdade e Estado de direito” são “centrais” e devem ser resolvidos nos termos do artigo 7ª do tratado da União Europeia: “Porque não se trata de discutir valores e dinheiro. Os valores não se compram.”

Basicamente, António Costa defende o ponto mais importante para a Hungria: que o país não seja prejudicado na atribuição de fundos por o governo ser mais autoritário. Para o primeiro-ministro português “aquilo que importa assegurar é o adequado controlo dos fundos europeus, que é absolutamente razoável, que todos aceitamos e que creio que a Hungria também aceita”. Depois de ter estado na Holanda (do chamado grupo dos frugais), Costa pisca aqui o olho ao grupo de Visegrado, já que Portugal precisa disso: que haja acordo para que Lisboa tenha acesso aos fundos o mais depressa possível.

António Costa, segundo fontes europeias, sempre teve uma relação boa com Viktor Orbán no conselho europeu. A Hungria é um amigo da coesão e tem alguns interesses comuns com Portugal e, para Costa, a prioridade é defender os interesses portugueses. Agora, voltou a dar um sinal de querer chegar a acordo com todos os países: “Creio que há muitas vezes falta de diálogo entre as pessoas e estes contactos bilaterais permitem conhecer melhor quais são as dificuldades de uns e outros. Os pontos de vista de uns e outros e facilitar a construção de acordo”, disse.

O primeiro-ministro lembra que é um “otimista” e que não vê “razão para que não haja acordo”. “Não sei se é a 17, a 18 ou se temos de ficar para 19, mas não consigo perceber como não há vontade política para a situação de crise como a que enfrentamos”. E acrescenta ainda: “A ideia de que todos podemos adiar o acordo, que não há pressa, é algo que nenhum cidadão da Europa pode perceber”.

António Costa disse ainda que o próprio Viktor Orbán vai tentar levantar o embargo de viagens da Hungria para Portugal por causa da pandemia de Covid-19: “Abordei isso. Tive oportunidade de explicar a especificidade especial do país. O primeiro-ministro húngaro ficou de considerar e analisar a documentação que lhe concedi e depois tomar uma decisão na reunião de amanhã”. O primeiro-ministro explicou a Orbán a situação de “19 freguesias” e lembro o volume de testagem no país, que é muito superior a outros.

Num artigo de opinião no jornal Público, o chefe da delegação do PSD em Bruxelas, Paulo Rangel, tinha criticado este encontro de Costa com Viktor Orbán (que é do Fidesz, um partido da família europeia do PSD, o PPE, e que Rangel tem atacado nos últimos anos). Rangel falava em “duplo padrão” e questionava: “Hoje Costa encontra-se com Orbán. Costa não critica Orbán. Onde estão os anti-Fidezs portugueses? Não seria altura de fazer do rule of law (estado de direito) um critério de repartição dos fundos?”

Fonte: Observador