Neste livro, Vitor Vicente, entra para a galeria dos ultrarrealistas contemporâneos que estão a registar o fim do Ocidente e o advento de um admirável mundo novo qualquer”, conforme refere o escritor brasileiro Fábio Gonçalves, a propósito do recentemente publicado livro de memórias “À Beira do Danúbio”.
Também Levy O`Liver antoja “À beira do Danúbio”, desta feita em Budapeste, onde o autor-andarilho residiu cerca de quatros anos, encontrando uma Europa a desvanecer-se e um país que quer e não quer a nobre missão de se assumir como o bastião da civilização. Este alerta, juntamente com o descarado carnaval nas aplicações de dating, remetem imediatamente para o Houellebecq referido por Fábio. Bret Easton Ellis será menos evidente que o francês, mas o seu estilo cru e cáustico ecoa igualmente na escrita de Vitor Vicente. A que podemos juntar toda uma anónima panóplia de pícaros viandantes da literatura classico-ibérica, da qual emergem o par de afamados nomes de Bocage e Lazarillo de Tormes.
“À Beira do Danúbio” é uma narrativa cruel e, de certo modo, profética. O leitor que sofra de vertigens morais, sejam as pós-modernas ou as chamadas tradicionais, que se prepare para um sítio tão próximo do precipício como do prepúcio, tal como Levy O`Liver o caracteriza e o coloca diante dos nossos olhos.
Assista aos vídeos de apresentação do Livro “À Beira do Danúbio”, escrito em Ráckeve (Hungria):