A entidade que rege o futebol europeu garantiu, esta quarta-feira, que pretende manter o plano de realizar o Campeonato da Europa este verão e em 12 países, revelando também que cada cidade anfitriã terá até ao início de abril para submeter um plano com vista à possível presença de adeptos nos estádios durante a prova
Por Diogo Pombo – Tribuna Expresso
O infeliz rasto vicioso da pandemia durante este quase último ano de vida que tem na Terra alastra-se a tudo quanto é área da vida e, na grande escala do futebol, o bicho que há entre nós obrigou a reformular e adiar muitas coisas, uma delas o Campeonato da Europa que era para ser revolucionário.
Para comemorar os 60 anos da competição, a UEFA achou por bem realizar esta edição em 12 países e respetiva meia dúzia de cidades – Amesterdão, Londres (final), Munique, Roma (jogo inaugural), Baku, São Petersburgo, Bucareste, Dublin, Bilbao, Budapeste, Glasgow e Munique -, ideia que cedo se achou por mal levar adiante na altura prevista (verão do ano passado), dado o devastador feitio do coronavírus que tudo alterou.
Não convinha ter gente a viajar pela Europa fora, em apoio à sua de 24 seleções, portanto adiou-se o torneio para o verão de 2021 mas, quando ainda faltam cerca de seis meses e o continente está a lidar com terceiras vagas da pandemia e esforços por acelerar os processos de vacinação, duvidou-se de novo se era adequado avançar com o Euro 2020 em 2021 e em 12 cidades.
Esta quarta-feira a UEFA “repetiu” que sim, que está “comprometida” em realizar o Campeonato da Europa “no período que já foi publicado” – entre 11 de junho e 11 de julho -, apesar de “todas as partes reconhecerem a necessidade de flexibilidade nas decisões quanto aos preparativos para o torneio, de forma a refletirem os diferentes desafios com que as cidades se deparam”.
Sem especificar, exatamente, o que esta última frase significa, a UEFA revelou que ainda não desistiu da hipótese de haver adeptos nos estádios durante o Europeu, ao indicar que “o prazo para a submissão de planos para acolher adeptos passou para inícios de abril”.
À esperançosa declaração de intenções a UEFA juntou declarações do seu presidente, Aleksander Čeferin, como que a justificar a realização do Europeu por ser “a prova bandeira das seleções na Europa” e “uma fonte vital de receita para o desenvolvimento do futebol”.
Čeferin assumiu-se como “otimista” de ser “altamente provável” que “as coisas relacionadas com o vírus” sejam “muito diferentes” à medida que nos aproximemos das datas da competição, explicando que há que dar “o máximo de tempo possível para as cidades e governos anfitriões formularem um plano do que será possível [fazer] em junho e julho”.
O presidente da UEFA que, nem há uma semana, Karl-Heinz Rummenigge, CEO do Bayern Munique, disse estar a ponderar a possibilidade de, afinal, a prova se realizar como é mais habitual acontecer: organizada por um só país.