A Semana (A Hét) – Orbán: Viszlát a maszknak! Adeus máscara!

por András Gellei
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Derrotamos a terceira vaga da pandemia. A maior parte das restrições em vigor vão ser levantadas. O recolher obrigatório terminou! Adeus máscara! (Viktor Orbán, sexta-feira, Rádio Kossuth)

A Hungria derrotou a pandemia!

A Hungria, com quase 30 mil mortes por causa da pandemia do coronavírus, é destacadamente, o país da Europa com mais óbitos por 100 mil habitantes.

Por outro lado, devido ao sucesso indiscutível do programa de vacinação, com os seus cinco milhões de vacinados (atingidos este sábado), a euforia mil vezes repetida do ”we are the best” e a máquina perfeita da propaganda do governo, cada vez mais húngaros – facto confirmado pelas últimas sondagens – consideram que em relação à pandemia, se a Hungria, não é ainda o “Paraíso na terra” está lá muito perto… a Hungria de Orbán que derrotou a pandemia!

Hoje vamos, brevemente, usando também e sem pudor, a ”narrativa-Fidesz”, tentar perceber, como entre omissões, (meias) verdades, (meias) mentiras, conversa e mistificações ao nível de jardim escola e jogadas de grande mestre, Orbán – não há atualmente na política europeia alguém tão calculista e tão cínico como o nosso ”vezér” – esteja agora mais forte e mais popular, do que estava há 2 meses atrás.

Viagem pela última ”entrevista” de Orbán à Kossuth na manhã de sexta-feira

Na entrevista o nosso Primeiro-Ministro fez questão de sublinhar que as 5 milhões de vacinas administradas constituem um resultado histórico. (Na sexta-feira já se sabia que estava por horas o número de 5 milhões).

Como afirmou, quer dizer que mais de 50% dos adultos foram vacinados e que é o primeiro ou segundo melhor resultado em toda a Europa. ”A Hungria está agora mais protegida e segura do que qualquer outro país da Europa Ocidental em termos da epidemia”, afirmou com incontido entusiasmo, para o (seu) povo festejar com ele.

O fim anunciado das restrições em direto na rádio

  • Abolição do recolher obrigatório noturno e a hora de encerramento de lojas, bares e restaurantes.
  • Fim da obrigatoriedade de usar máscara ao ar livre, em locais públicos.
  • Fim da proibição de desportos individuais e de equipa ao ar livre.
  • Festas e eventos familiares podem ser realizados sem restrições até 50 pessoas e casamentos até 200 pessoas.
  • Permitidos encontros de famílias em hotéis e restaurantes. Os gestores de hotéis e restaurantes devem certificar-se de que os convidados de eventos diferentes, estejam separados uns dos outros.
  • Eventos ao ar livre podem ser presenciados por adultos que tenham o certificado de imunidade. Eventos ao ar livre até 500 pessoas podem ser realizados sem restrições.
  • Espetáculos de música e de dança para quem tenha certificado de imunidade. Os adolescentes dos 16-18 anos podem ir ao cinema ou teatro sem um adulto a acompanhar.
  • Apenas pessoas com certificados de imunidade podem assistir a eventos de música e dança.
  • Os jovens vacinados de 16-18 anos podem participar em eventos culturais e desportivos em recintos fechados.

Temos vacinas suficientes

O PM anunciou ainda que para além das vacinas já administradas, a Hungria tem 7,3 milhões de vacinas em stock (ou já encomendadas) da Pfizer, 1,2 milhões da Moderna, 4 milhões da Janssen e 4,7 milhões da Astrazeneca.

Mesmo sem contar com as vacinas chinesas e russas, este stock é suficiente para vacinar todos os húngaros em 2021 e 2022, mesmo tendo em conta, se for necessário uma terceira ou mesmo uma quarta dose, acrescentou.

Orbán disse que mesmo assim, a fim de garantir a auto-suficiência a longo prazo, uma vacina húngara estaria pronta e seria fabricada na segunda metade de 2022 na fábrica atualmente em construção em Debrecen. Com a produção doméstica “podemos garantir a segurança de todos os húngaros durante décadas”.

Quem vive do seu trabalho ou iniciativa empresarial pode contar com apoio

Orbán falou também sobre a moratória do crédito bancário, que será prolongada até ao final do verão. Sublinhou que existem dois grupos principais de beneficiários, os agregados familiares e as empresas.

O Primeiro-Ministro reconheceu que a moratória é um fardo pesado para os bancos, mas disse que as atuais propostas da Associação de Bancos da Hungria ”não são aceitáveis e que foi e é necessário manter as dezenas de milhares de milhões de forints nas mãos das famílias durante a crise”.

”Os ricos não precisam de ser apoiados, eles podem gerir por si próprios, as dificuldades atuais, mas a classe média húngara não se encontra nesta situação, e a moratória de crédito foi implementada para a apoiar”.

As pessoas da classe média, são aquelas que vivem do trabalho, e a moratória do crédito foi alargada para dar tempo aos bancos para decidirem o que deve acontecer depois de 1 de setembro de 2021, afirmou Orbán na Rádio Kossuth.

Grande reabertura e as restrições que permanecerão em vigor

Na sexta-feira à noite o portal oficial do governo kormany.hu especificou mais sobre o levantamento e manutenção das restrições:

  • A Hungria levantará a maior parte das suas restrições ao coronavírus depois de 5 milhões de pessoas terem sido vacinadas.
  • De acordo com o portal, porque continua a ser necessário levantar as restrições a um ritmo gradual, algumas delas só serão levantadas para aqueles que estão já imunes ao vírus.
  • Assim que as vacinas atinjam 5 milhões, o recolher obrigatório nocturno, as regras sobre o uso de máscaras ao ar livre e distanciamento social serão levantadas logo a partir do dia seguinte.
  • No entanto, o distanciamento físico e o uso de máscaras continuarão a ser obrigatórios nos centros comerciais. As máscaras também serão obrigatórias em áreas fechadas em que as pessoas com imunidade Covid se possam misturar com pessoas que não tenham sido inoculadas contra o vírus, tais como nos transportes públicos e nas lojas.
  • As pessoas com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos serão autorizadas a entrar em restaurantes sem um adulto que as acompanhe, se tiverem um certificado de imunidade.
  • As recepções de casamento serão limitadas a 200 pessoas, enquanto que até 50 pessoas podem assistir a eventos privados e familiares. Esta restrição não se aplica a cerimónias de casamento ou funerais.
  • Os eventos culturais, com excepção de eventos musicais e de dança, eventos desportivos, eventos em recintos fechados e ao ar livre com mais de 500 pessoas podem ser presenciados por pessoas com certificados de imunidade e menores acompanhados. Só as pessoas com certificados de vacinação podem assistir a eventos musicais e de dança.
  • Os atletas profissionais que não estejam imunes ao vírus poderão competir em eventos ao ar livre com mais de 500 pessoas. Eventos ao ar livre não considerados eventos familiares, privados, culturais, desportivos, musicais ou de dança com menos de 500 pessoas também podem ser frequentados por pessoas sem certificado de imunidade.
  • Se estiverem presentes mais pessoas, o evento só poderá ser presenciado por aqueles que estão imunes, bem como por menores acompanhados por adultos imunes. Se o evento foi organizado em recintos fechados, só podem assistir ao evento adultos com certificados de imunidade e menores acompanhados.
  • As reuniões sem aviso prévio continuam a ser proibidas. O decreto sobre a próxima etapa da reabertura da Hungria a ser publicado no jornal oficial Magyar Közlöny entrará em vigor no dia seguinte à administração da vacina Covid 5 milhões. As restrições às reuniões expirarão após 14 de Junho.

O que conta: os ganhos políticos de Orbán

Tal como dissemos antes, as sondagens mais recentes, quer seja sobre a avaliação da atuação do governo perante a pandemia, quer seja sobre a preferência de voto para as eleições gerais da próxima primavera, assim como os últimos dados sobre o comportamento muito positivo da economía húngara, deixam Viktor Orbán cada vez mais confiante e otimista. Objetivamente tem razões para estar.

No entanto, convém não ignorar que a situação de competição eleitoral apenas com 2 players – do Fidesz contra a ”coligação não-Fidesz, da coligação da oposição unida anti-Orbán”, é muito diferente das situações vividas nas 3 últimas eleições (2010, 2014, 2018).

É verdade que Orbán parte à frente, a ganhar, joga em casa, tem o relvado muito inclinado a seu favor e o árbitro no bolso dos calções, mas desta vez sabe que o resultado, tal como o totobola que jogava quando era jovem, é 1X2 – 1: vitória à justa do Fidesz, X: vitória à justa da oposição unida, 2: vitória folgada das forças políticas anti-Orbán.

No sábado, Viktor Orbán partilhou um vídeo na sua Página Facebook que termina com ”Goodbye mask”! https://www.facebook.com/orbanviktor/videos/1221467638368342

Será o goodbye mask na primavera de 2021 e goodbye Orbán na primavera de 2022?…

 

András Gellei, Budapeste, 23 de maio de 2021

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