A Semana (A Hét) – Agricultura: ”Batata do Uzbequistão” e aumento da exportação

por András Gellei
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Nota Introdutória: A agricultura e os agricultores húngaros têm motivos para estarem confiantes e otimistas, os resultados que têm conseguido, têm confirmado a capacidade e competitividade, a importância do setor agroalimentar na economia nacional – que nem os fait divers do nosso governo para ”irmão uzbeque ver, atrapalham…

A batata quente de Tashkent!

Vamos por partes, antes de escrever sobre a produção e exportação agrícola do nosso país, duas palavras de apresentação do sucesso anunciado da pesquisa da batata em Tashkent, Uzbequistão.

O nosso PM Viktor Orbán esteve na semana passada em visita oficial ao Uzbequistão e as batatas, o Centro de Investigação e Pesquisa de Batata Uzbeque-Húngaro, na ocasião inaugurado, que o digam!

Ao vermos o Híradó (Telejornal) do canal estatal M1, por momentos até pensamos que estávamos de volta aos anos 50, de volta aos momentos históricos da ”inquebrantável amizade entre os países socialistas irmãos”!

Em 2021 com Orbán é a batata, “batata quente”. Nos anos 50, com o camarada Bástya, do filme A Tanú, era a laranja, “magyar narancs”…  Se o ridículo fosse chuva nunca mais haveria seca nos desertos da Mongólia!

O Ministro da Agricultura, István Nagy, reconhecidamente um especialista em questões agrícolas, mostrou que por exigência do Chefe, também é um excelente malabarista… “Além do pão, a batata é outro alimento muito importante que não só tem passado, mas também futuro na região”, disse Nagy na cerimónia da inauguração do ”centro batatal”

A sessão de “circo antigo” foi rica em conteúdos e outros aspectos decisivos surgiram no “horizonte vermelho”… O nosso Nagy afirmou – “a essência do acordo entre os 2 países é que especialistas húngaros e uzbeques vão avaliar em conjunto a produção local de batata, pesquisar oportunidades, formular necessidades e desenvolver projetos detalhados para o desenvolvimento do setor.” (Fim de citação!).

Produção e exportação do setor agrícola

Vamos lá ao tema que selecionamos para esta semana – produção e exportação do setor agrícola, com base no relatório anual do AKI-Instituto de Economia Agrária do Ministério da Agricultura.

Em 2020, em valor, as exportações de produtos agrícolas e agro-alimentares aumentaram 2,3%, enquanto por seu lado, as importações cresceram 0,9%, e desta forma, o saldo comercial melhorou 5,3% em relação a 2019.

Assim, o valor das exportações de produtos agrícolas e agro-alimentares atingiu 9.563 milhões de euros, enquanto o valor das importações foi de 6.358 milhões de euros. O superávit  do comércio externo agrícola atingiu os 3.205 milhões de euros, o que representa um aumento de 160 milhões de euros em relação a 2019

Em quantidade, o volume das exportações de produtos agrícolas e alimentares aumentou 4,5%, enquanto que o volume das importações diminuiu ligeiramente, 0,3%.

De destacar que a percentagem das exportações agrícolas no total das exportações húngaras aumentou de 8,6% em 2019 para 9,2% em 2020. Pelo lado das importações agrícolas, no total das importações, há muito tempo que tem sido cerca de 6%, caso também em 2019. Em 2020 subiu ligeiramente e atingiu os 6,4%.

Pandemia, o setor agrícola e agro-alimentar

É de sublinhar que, apesar da situação de pandemia que vivemos, e também dos focos e surtos de peste suína e gripe aviária, o setor agrícola e agro-alimentar húngaro provou uma vez mais, a sua capacidade, resiliência, aptidão e competência.

Neste importante setor, assiste-se há já vários anos, a um forte processo de modernização e a pandemia tem vindo a mostrar, que apesar de algumas dificuldades estruturais ou momentâneas em alguns sub-setores, os resultados são visíveis e francamente positivos.

É o caso da valorização dos alimentos em situações de crise, que se reflete em toda a cadeia de valor. No ano passado, a pandemia acelerou uma série de processos produtivos que só eram esperados para anos mais tarde, para o qual muito contribuiu o fortalecimento da consciência do consumidor e da higiene agro-industrial, a transformação dos canais de venda e a valorização dos preços dos alimentos.

As exportações de cereais – milho e trigo

O destaque principal da ”boa performance” da agricultura húngara advém dos cereais – milho e trigo, com um significativo aumento de 4,8% na produção agrícola, e da exportação. Deve-se sublinhar e referir a predominância de décadas dos cereais no comércio externo do setor.

O volume de exportação de milho aumentou quase 35% no ano passado, embora o preço médio anual de exportação tenha diminuído 12%, mas este facto também está relacionado “às ondas de subidas e descidas de preços” ocorridas. As exportações de milho já tinham sido excelentes em 2019, e mesmo assim, a partir de uma base elevada, cresceram de novo 19%. De registar ainda o aumento significativo de 16,4% no valor das exportações do trigo.

O aumento da percentagem das exportações de matérias-primas, de cereais, também significou um certo abrandamento na tendência de mais de 10 anos, do crescimento da participação de alimentos altamente processados, mas sua participação nas exportações, cerca de 40%, pode-se considerar um resultado muito aceitável. De referir ainda que a percentagem dos produtos acabados nas importações continua a ser maior que as exportações.

Um resultado importante do ano passado foi que a participação das exportações do setor para terceiros países aumentou mais de 8%. Naturalmente, os nossos maiores mercados-alvo continuam sendo os países da UE: Alemanha, Roménia, Itália, Áustria e Polónia.

Perspetivas, futuro próximo

Segundo o AKI, espera-se mais uma vez a forte procura internacional por cereais e os preços estáveis vão continuar a contribuir para o bom desempenho das exportações húngaras do setor.

Segundo o ministério da agricultura a expectativa de forte entrada de recursos no setor nos próximos anos contribuirá para melhorar ainda mais o saldo positivo do comércio exterior agroalimentar. Isso vai acompanhar a melhoria da competitividade da indústria alimentar e o aumento da participação de seus produtos nas exportações.

Segundo os especialistas, o valor das exportações agrícolas pode atingir 10 mil milhões de euros este ano com o valor das importações inalterado, ou seja, o saldo deve continuar a melhorar.

O Ministro István Nagy afirmou recentemente que ”somos 10 milhões mas a nossa agricultura tem capacidade de produzir para 20 milhões de consumidores”.

Com mais apoios, investimento, engenho e menos “malabarismo” – mais pão e menos circo…

 

András Gellei, Budapeste, 4 de abril de 2021

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