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Defesa, energia e segurança alimentar na conclusão de Conselho Europeu

Redação, 31 mai 2022 (Lusa) – A reunião de chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da UE, presidida por Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, termina hoje em Bruxelas.

No último dia da cimeira, os líderes dos 27 discutem questões relacionadas com a defesa, a energia e a segurança alimentar, depois de na segunda-feira o tema central ter sido o conflito na Ucrânia.

Na reunião do Conselho, com início pelas 10:00, Portugal é representado pelo primeiro-ministro, António Costa.

No final, está prevista uma conferência de imprensa com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O início da cimeira foi ensombrado pelo impasse na adoção do sexto pacote de sanções à Rússia, que contempla um embargo – ainda que progressivo, gradual e com exceções – às importações de petróleo russo, rejeitado pela Hungria, face à sua grande dependência.

Mas no final da noite de segunda-feira, os chefes de Governo e de Estado da UE chegaram a acordo para um embargo ao petróleo russo, anunciou o presidente do Conselho Europeu, explicando estarem em causa dois terços das importações europeias à Rússia.

Depois de difíceis discussões na UE para avançar com um embargo gradual e progressivo ao petróleo russo, como proposto pela Comissão Europeia há quase um mês, o assunto esteve na agenda dos líderes europeus, havendo agora alterações face à proposta inicial, como de a medida abranger dois terços das importações europeias de petróleo russo, ou seja, todo o petróleo marítimo proveniente da Rússia.

Isto significa que tanto a Hungria como outros países mais dependentes do petróleo russo, como Eslováquia e República Checa, consigam continuar a fazer importações por via terrestre.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também na segunda-feira, exortara os Estados-membros da UE a ultrapassarem “querelas internas” e a adotarem o sexto pacote de sanções contra a Rússia.

“As querelas internas devem parar […] A Europa deve mostrar a sua força, porque a força é o único argumento que a Rússia compreende”, defendeu.

PDF/ANE/ACC // JMC/EJ




Balaton: 160 barcos esperados na Regata de Pentecostes

Três dias de celebração tanto para os entusiastas da vela como para os espetadores na Regata de Pentecostes.

Keszthely é o anfitrião do evento, que tem décadas de tradição, onde, para além da regata à vela, também se pode participar em eventos relacionados com o Dia da Cidade.

“Graças à cooperação com o Touring Sailing Sports Club, não só o centro histórico da cidade e a praça principal de Keszthely serão preenchidos com eventos relacionados com o Dia da Cidade, mas também haverá uma vasta gama de atividades nas margens do Lago Balaton”, relatou Bálint Nagy, Presidente da Câmara de Keszthely.

A prova terá início a 4 de Junho a partir de Balatonföldvár, de onde terá de terminar em Keszthely. No dia seguinte, terá lugar a Taça Öböl e o Grande Prémio de Keszthely, seguido de Ábrahámhegy na Segunda-feira de Pentecostes, a partir de Keszthely.

Os organizadores esperam a inscrição de 160 equipas.

Será construída uma Aldeia da Vela na marina de Keszthely, onde este fim-de-semana tudo será sobre vela e atividades desportivas e de lazer relacionadas com a água, com um concerto à noite.

 

Original aqui




Chá da Rosa, o que tem brasas presas por arames nas ruas de Maputo

Nas mãos de Rosa, entre o trânsito das ruas de Maputo, uma chaleira brilha, amarrada com arames a um fogareiro, um improviso para as brasas vermelho fogo vencerem o frio das manhãs do inverno que está a chegar.

Passear pelo meio do trânsito – ainda para mais com brasas penduradas – parece não ser o lugar de uma chaleira, mas na capital moçambicana a realidade molda-se à necessidade de arranjar um sustento, conta Rosa Carlos à Lusa.

Na azáfama do mercado do Xiquelene, à pressa, vende chá e café a quem passa e aos vendedores que instalam as bancas, num dos maiores quadros vivos da economia informal – na qual vive a maioria dos moçambicanos.

“Porta a porta ou banca a banca, o meu trabalho é distribuir chá. Há também aqueles clientes que estão a passar e pedem chá ou café: eu distribuo”, explica à Lusa a comerciante informal de 32 anos, sentada no meio do mercado, a poucos metros da Praça dos Combatentes.

O negócio é simples e prático, embora exija um respeito rigoroso pelo tempo.

Cada minuto conta: Rosa precisa de contornar charcos de água e ruelas precárias num dos mais movimentados mercados da capital moçambicana para distribuir as bebidas quentes até ao meio-dia.

“No inverno, sem dúvida, há maior adesão. O cliente quer chá para se aquecer”, conta Rosa, que está neste negócio desde 2017.

Em média, por dia, Rosa vende 70 chávenas e os preços variam entre 10 meticais (14 cêntimos de euro) por um chá simples e 25 meticais (36 cêntimos de euro) por um café ou um chá com leite.

“Eu já tive tempos melhores, em que realmente consegui tirar daqui o pão de cada dia. Hoje as coisas estão mais complicadas com estas crises […], os produtos estão mais caros. Mas, mesmo assim, dá para sobreviver com o meu negócio e sustentar a minha filha”, conta a comerciante.

Se, por um lado, a distribuição exige rapidez, por outro, Rosa sabe que é preciso ter cuidado, na medida em que a água que leva na chaleira, que está amarrada ao fogão, ferve e o carvão está aceso.

Um risco, no meio da azáfama de um mercado em que não se medem esforços na luta pelo sustento.

“Sinto medo porque um dia este ferro pode ceder e, caso eu esteja a andar, isso pode queimar-me. Mas a vida obriga-me. Os clientes gostam de chá mesmo quente e tem de ser aquele chá que está realmente a ferver”, diz.

Inês Fernando é uma por entre vários clientes que escolhem o chá da Rosa para começar o dia.

“O chá dela tem bom cheiro e está sempre bem quente”, por isso é o preferido.

Mas não é o único: não muito longe de Xiquelene, no mercado de Xipamanine, Herculano Nalito, 35 anos, também preferiu apostar na venda de chá e café para sustentar a família.

Embora lamente os longos percursos que tem de enfrentar, conta que “dá para ganhar a vida”.

“Eu percorro 10 quilómetros, quase todos os dias […] Mas consigo ter o dinheiro para o sustento e para a escola dos meus filhos”, relata, enquanto abre o termo para servir mais um cliente.

No mercado de Xipamanine, os clientes são aparentemente menos exigentes e Herculano não precisa levar uma chaleira.

O jovem leva apenas um recipiente para conservar a água quente e algumas chávenas, numa cesta que leva debaixo do braço ao cruzar as ruelas do mercado de forma mais rápida possível.

“Eu sinto-me muito bem. Prefiro fazer isto e não roubar ninguém, criando problemas que podem acabar por me levar para a cadeia. Prefiro fazer este meu negócio”, atividade que o leva já para a próxima ruela, de onde o chamam: há mais um chá para servir.




A Hungria com forte participação na IMEX em Frankfurt

Hungria acolherá mais uma vez os visitantes com um grande stand na IMEX, uma das maiores feiras internacionais de turismo de negócios em Frankfurt, onde 26 prestigiados prestadores de serviços turísticos húngaros participarão como co-expositores no stand húngaro, com os organizadores Agência de Turismo Húngara (MTÜ) e o Gabinete do Congresso Húngaro, informou a MTI na segunda-feira.

Eles demonstrarão aos quase 3.000 profissionais presentes na feira que a Hungria também pode ser um excelente destino e um local de conferências diversificado no segmento do turismo de negócios.

A IMEX terá lugar de 31 de Maio a 2 de Junho, com a vinda de prestadores de serviços de todo o mundo ao evento para estabelecer contactos comerciais.

Expor na feira comercial é uma excelente oportunidade para os prestadores de serviços húngaros e para a indústria como um todo, uma vez que pode lançar as bases para a estabilidade e crescimento do sector a médio e longo prazo. Para além do impacto económico imediato e significativo dos eventos atraídos, podem também ter impacto na promoção do investimento, na criação de emprego e no desenvolvimento científico durante décadas futuras”, disse Zsófia Jakab, Diretora-Geral Adjunta de Marketing e Comunicação da MTÜ. comunicado.

Entre os expositores húngaros estarão Anantara New York Palace Budapest Hotel, Budapest Congress Center, Blaguss DMC, Danubius Hotels, Felix Kitchen & Bar, HUNGEXPO, Hilton Budapest, One Event Hungary, OTP Travel Kft. e Párisi Udvar Hotel Budapest.




Orbán acusa Comissão Europeia de “comportamento irresponsável”

Bruxelas,30 mai 2022 (Lusa) – O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acusou hoje a Comissão Europeia de ter um “comportamento irresponsável” para com a Hungria e desmentiu a existência de um compromisso sobre novas sanções à Rússia.

“Não há qualquer compromisso nesta altura, não há qualquer acordo” sobre um novo pacote de sanções à Rússia, salientou Orbán em declarações à entrada para o Conselho Europeu, acrescentando que a Hungria “está numa situação muito difícil, basicamente por causa do comportamento irresponsável da Comissão”.

Orbán recusou que haja qualquer proposta de acordo que não seja negociada pelos Estados-membros, como a ideia de um novo embargo e sanções ao petróleo russo “saída do nada, sem responder à questão da segurança no abastecimento energético à Hungria”.

“A responsabilidade numa falta de acordo hoje pesa sobre os ombros da Comissão” considerou ainda, acrescentando que “primeiro deve ser apresentada uma solução e só depois sanções”.

Para o líder húngaro, os primeiros cinco pacotes de sanções à Rússia tiveram uma abordagem diferente: primeiro as sanções e só depois se pensou nas consequências e em soluções para elas, sendo agora preciso inverter de modo a apresentar primeiro soluções e só depois adotar medidas sancionatórias.

Os líderes da União Europeia iniciam hoje em Bruxelas uma cimeira extraordinária de dois dias, na qual discutirão questões de energia, segurança alimentar e defesa, em todos os casos à luz da guerra na Ucrânia, novamente o tema central.

Este Conselho Europeu voltará a contar com a participação, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que na semana passada deplorou a “falta de unidade” entre os 27, numa altura em que os Estados-membros ainda não chegaram a um acordo em torno do sexto pacote de sanções à Rússia, quase um mês depois de apresentado pela Comissão Europeia, face ao bloqueio da Hungria relativamente ao embargo, mesmo que gradual e progressivo, às importações de petróleo russo.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, até que mereceu a condenação da generalidade da comunidade internacional, nomeadamente da UE, que já adotou cinco pacotes de sanções a Moscovo e tenta chegar a acordo sobre o sexto.

IG/ACC // PDF




Brasil: Mostra de filmes nacionais celebra 200 anos da independência

Com 200 filmes nacionais, mostra ocorrerá de 2 a 30 de junho

Para celebrar o bicentenário da Independência da República, a ser comemorado no dia 7 de setembro, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo promove mostra gratuita de cinema em formato híbrido. A mostra 200 Anos da Independência em 200 Filmes acontece do dia 2 a 30 de junho.

Serão apresentados 200 filmes nacionais, sendo 100 deles curtas e, o restante, longas. Segundo a secretaria, o festival vai incluir diversos períodos e movimentos do cinema nacional, como as chanchadas, o Cinema Novo, a Boca do Lixo e o Cinema de Retomada, além da produção atual. “Nada mais significativo do que apresentar ao público, dentro da comemoração do Bicentenário, uma mostra retrospectiva que refaz a trajetória do nosso cinema, com clássicos de todos os movimentos, estilos e gêneros”, disse o secretário Sérgio Sá Leitão.

Os filmes online poderão ser vistos gratuitamente na plataforma #CulturaEmCasa. Já os presenciais estarão sendo exibidos no Cine Petra Belas Artes, na Rua da Consolação, na capital paulista, a preços populares. Para o festival, o Petra Belas Artes reservou a sala 4, promovendo quatro sessões diárias.

Na abertura do festival será apresentado o filme Um Broto Legal, dirigido por Luiz Alberto Pereira, uma cinebiografia da cantora Celly Campello, famosa pelas músicas Banho de Lua e Estúpido Cupido. O filme será exibido no Petra Belas Artes no dia 31 de maio, às 19h.

Entre os destaques da mostra está Ganga Bruta, de Humberto Mauro; Rio, 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos; O Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias; À Meia-Noite Levarei Sua Alma, de José Mojica Marins; Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho, e Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert.




Zelenskyy critica a Hungria por não ter uma posição comum com outros países da EU

Zelenskyy critica a Hungria por não ter uma posição comum com outros países da EU

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy criticou a recusa da Hungria em apoiar um embargo petrolífero contra a Rússia, apesar de as receitas provenientes dos recursos energéticos serem utilizadas para financiar a “máquina de guerra” do Kremlin, informou o portal de notícias ucraniano Jewropejskaja Prawda. Numa videochamada no debate do Fórum Económico Mundial na Suíça, o presidente ucraniano acusou os países ocidentais de não tomarem uma posição unificada em relação à Ucrânia.

“Chegámos ao sexto pacote de sanções, que inclui o embargo petrolífero”, disse o presidente ucraniano, sublinhando que enquanto a proibição de importação não for introduzida, a Rússia poderia ganhar até 200 mil milhões de dólares com as suas exportações de petróleo, que poderiam ser utilizados para “comprar quaisquer armas”.

Zelenskyy acredita que a Hungria e a Turquia em particular não estão a demonstrar solidariedade para com o seu país:

Algo está errado com a Hungria”.

Disse que o apoio da Hungria à Ucrânia “não é tão unificado como o dos outros países da UE”.

O presidente ucraniano disse que as tropas ucranianas estavam a resistir, mas seria necessário tempo e mais esforços para ultrapassar a força russa em equipamento e armas. Zelenskyy apelou aos países ocidentais para fornecerem à Ucrânia armas adicionais, tais como lançadores de foguetes e tanques.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros Péter Szijjártó reagiu às observações do Presidente ucraniano:

“A Hungria vai continuar a ajudar a Ucrânia”.

Szijjártó escreveu ironicamente num post do Facebook: “Se tudo o que Zelensky acaba de dizer em Davos significa em ucraniano que “obrigado aos húngaros por darem abrigo a mais de 750.000 refugiados ucranianos, obrigado por cuidarem deles e por lhes darem emprego, obrigado por se oferecerem para assegurar o tratamento médico a 130 crianças ucranianas e cuidados hospitalares a soldados ucranianos feridos; e também obrigado por oferecerem bolsas de estudo a 1.000 jovens ucranianos e por estarem prontos a reconstruir uma escola e uma creche na Ucrânia, bem como por arranjarem alojamento para refugiados internos, então a nossa resposta é esta é um prazer para nós e continuaremos a ajudar! ”.

 

Fontes: MTI, Portfolio, Origo, Hungarytoday




Sete dias no Caminho Húngaro

O objetivo do filme é trazer de volta a experiência Caminho: todos os passeios, os sons da natureza, o silêncio, os encontros, as dificuldades, e para o inspirar a explorar mais a sua paisagem doméstica e a fazer peregrinações.

A partir de 16 de maio, o filme educativo de estrada “On the Road – A day on the Hungarian Camino” estará disponível online. O filme de 42 minutos segue três personagens principais numa peregrinação de 7 dias através das pitorescas terras altas Balaton da Hungria, na rota de peregrinação de 170 km de Santiago entre Tihany e Lébény, passando por Magas-Bakony.

O objectivo deste documentário de BUDAMOUNT Film é recriar a experiência do Caminho: as longas caminhadas, os sons da natureza, o silêncio, os encontros, as dificuldades, e inspirá-los a explorar mais o seu país e a fazer peregrinações.

O troço húngaro de 170 km da rota de peregrinação de Santiago começa em Tihany e conduz através do Alto Bakony até à igreja românica de Lébény.

O itinerário inclui atrações como o bosque primitivo de Tihany, a primavera de São Tiago em Vászoly, o mosteiro paulino em Nagyvázsony, o mosteiro beneditino em Bakony, a abadia beneditina em Pannonhalma e o centro da cidade de Győr.

No filme acompanhamos a viagem de três peregrinos, e através das suas experiências conhecemos a paisagem, os edifícios e os desafios da peregrinação.

Planificadores de peregrinações e caminhantes que andavam na natureza até 8 horas por dia e estavam dispostos a dar aos cineastas uma visão dos seus pensamentos sobre a vida, perseverança e fé, enquanto caminhavam.

Os protagonistas do filme vêm de diferentes origens: alguns já caminharam pelo El Camino em Espanha, mas desta vez tentaram fazer a “versão húngara” como veganos; um caçador profissional com o seu fiel cão, que tem um destino mais trágico mas que sempre permaneceu religioso; e uma jovem mãe que deixou a sua filha de dois anos e o seu marido em casa para a viagem. Os peregrinos também se tornaram bons amigos uns dos outros, desenvolvendo uma relação íntima apesar do pouco tempo que tinham juntos.

A realizadora é Máté Boegi, e a cineasta é Melanie Grams, que já ganhou muitos prémios pelos seus documentários.




“Peter Café Sport” não é um simples café, mas uma instituição de renome mundial!

O Peter Café Sport ou Peter’s é o bar mais famoso dos Açores e um dos bares de velejadores mais famosos do mundo. Em 2009, foi considerado o “World’s Favourite Yachting Bar”, sendo o primeiro bar do mundo a receber este título. Com 100 anos de existência (inaugurado em 1918), o Peter mantém a herança familiar, a hospitalidade e o carácter típicos de um verdadeiro ponto de encontro de iatistas e visitantes de todas as origens, conferindo-lhe uma atmosfera muito cosmopolita. Pleno de mística e de motivos náuticos, destaca-se no seu interior a famosa águia americana, originária da popa de um baleeiro. No exterior, a baleia esculpida e o letreiro em madeira assinalam a entrada neste espaço, onde o gin tónico é a bebida de eleição.

Ernesto Lourenço S. Azevedo possuía um bazar de artesanato no Largo do Infante, que se dedicava ao comércio de produtos locais. Lá vendia bordados, rendas, chapéus e cestos de palha, flores de penas, trabalhos de crivo e muitos outros artigos do artesanato local. E foi com esses produtos que, em 1888, participou na Exposição Industrial de Lisboa, tendo obtido, pela sua qualidade e diversidade, a respectiva medalha de ouro e diploma.

A mudança do século levou Ernesto Azevedo para a Rua Tenente Valadim, adquirindo um dos edifícios que hoje está incluído naquilo que hoje é o “Peter”. Chamando-lhe “Azorean House”, mantendo o comércio de artesanato mas passando também a vender bebidas, este novo estabelecimento permitia ao seu proprietário a enorme vantagem de estar mais próximo do porto e, por isso, de todo o movimento que ele gerava como único local de entrada e saída de bens e pessoas da ilha.

Lá vendia bordados, rendas, chapéus e cestos de palha, flores de penas, trabalhos de crivo e muitos outros artigos do artesanato local.”

in “ÀS LAPAS: Contos e Narrativas Faialenses”, Horta, 1988

1895-1975

HENRIQUE AZEVEDO – O FUNDADOR

Em 1918 Henrique Azevedo, filho de Ernesto, transfere a Azorean House para o edifício vizinho do lado norte, mantém o mesmo ramo de negócio e muda-lhe o nome para “Café Sport”, consagrando assim, no nome do Café a sua paixão pelo desporto, pois era praticante habitual de futebol, remo e bilhar.

Foi Henrique Azevedo a lançar algumas das grandes características que ainda no presente tipificam o “Peter”: a escolha do mobiliário (ainda hoje é utilizado mobiliário do mesmo tipo), a águia como símbolo e o “gin tónico” como bebida muito apreciada.

HISTÓRIA DO CAFÉ

No final dos anos 30, José Azevedo, filho de Henrique, começou a ajudar no Café Sport enquanto trabalhava também no navio inglês HMS Lusitania II da Marinha Real Britânica. Este navio estava ancorado na Horta desde 1939, depois de ter sido atingido por uma bomba de profundidade.

Durante o seu período de trabalho no HMS Lusitania II, José desenvolveu fortes laços com a tripulação do navio, ao ponto de um dos oficiais, devido às semelhanças entre o seu filho e José, com saudades do filho e como forma de mitigar a sua saudade de casa, lhe ter perguntado se não se importava de ser chamado “Peter”. O nome “pegou”. Até o açoriano local começou a chamá-lo pelo seu novo apelido e, para o resto da sua vida, José Azevedo tornou-se “Peter”.

Em 1944, com o início da guerra, Peter acabou por abandonar o seu posto no Lusitânia II, começando a trabalhar a tempo inteiro no Café Sport para ajudar o seu pai, Henrique Azevedo, devido ao grande afluxo de navios que chegavam à Horta durante este período. Náufragos, feridos e doentes, pessoas à procura de abrigo, outros necessitados de reabastecer e reparar as suas embarcações, outros simplesmente para descansar durante alguns dias.

Foi neste contexto que o “Café Sport” se tornou um ponto de referência para todos os que passaram pela Horta, prestando ajuda amigável a todos os que dela necessitavam, independentemente do assunto, técnico ou humano, para todas as nacionalidades, credos e raças.

Passados poucos anos, a guerra tinha terminado e a maioria das pessoas trazidas por ela para o Faial já tinham desaparecido. No final dos anos 50, um novo tipo de visitantes começou a chegar ao Faial: barcos à vela de recreio… e assim começou, os laços criados com estes aventureiros, que deixaram tudo atrás de um sonho, tornaram-se a razão por detrás do “Café Sport” – o atual reconhecimento mundial entre viajantes e iatistas.

NOVA VIDA

DO PETER

Em 1975, o “Café Sport” havia mudado para o edifício anexo, do lado norte, no âmbito de um acordo comercial com uma empresa da Região. Foi nestas novas e maiores instalações que se mudaram alguns aspectos do Café. Assim, a águia que estava no exterior como símbolo, passa para o interior para a parte superior e sobranceira ao balcão.

No exterior, a simbolizar o Café, passa a estar uma baleia esculpida em osso de cachalote, oferecida pelo artesão M .D. Fagundes, que abastecia o estabelecimento daqueles artefactos. Foi também nestas instalações que se começou a expor e pendurar na parede as bandeiras (símbolo dos iates ou do clube a que pertencem) que iam sendo oferecidas a José Azevedo.

Fonte: www.odyssea.eu | https://www.petercafesport.com/




O lar: István Örkény (1912-1979)

A Casa: István Örkény

A criança tinha quatro anos de idade, pelo que as suas memórias eram certamente confusas. A sua mãe, para a sensibilizar para a mudança iminente, levou-a para a cerca de arame farpado e, de longe, mostrou-lhe a composição.

– Não estás contente? Esse comboio vai levar-nos a casa.

– E depois o que acontecerá?

– Depois estaremos em casa.

– O que é casa? – perguntou a menina.

– Onde vivíamos antes.

– E o que há lá?

– Ainda te lembras do teu ursinho de peluche? Talvez as tuas bonecas ainda lá estejam.

– “Mamã”, perguntou a menina, “também há guardas em casa?”

– Não, não há.

– Então, a menina perguntou, “podemos fugir dali?”

 

 

Az Otthon: Örkény István

A kislány még csak négyéves volt, emlékei bizonyára összemosódtak, s az anyja, hogy tuda­tosítsa benne a küszöbön álló változást, odavitte a szögesdrót kerítéshez, és messziről meg­mutatta neki a szerelvényt.

– Nem is örülsz? Ez a vonat visz haza.

– És akkor mi lesz?

– Akkor otthon leszünk.

– Mi az, hogy otthon? – kérdezte a gyerek.

– Ahol azelőtt laktunk.

– És ott mi van?

– Emlékszel még a mackódra? Talán a babáid is megvannak még.

– Anyu – kérdezte a gyerek. – Otthon is vannak őrök?

– Ott nincsenek.

– Akkor – kérdezte a kislány – onnan meg lehet majd szökni?

 

In “Novelas de 1 Minuto” de Örkény István

Trad. Arnaldo Rivotti