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31 de maio de 1963. Em Székesfehérvár nasceu Viktor Orbán, PM da Hungria

Viktor Mihály Orbán estudou direito na Universidade Eötvös Loránd em Budapeste em 1987. Fundou o Partido Fidesz em  30 de março de 1988. Em 1989 recebeu uma bolsa de estudos da Fundação Soros e estudou em Oxford no Pembroke College. Devido à situação política nesse mesmo ano decidiu antecipar o regresso à Hungria.

Em 16 de junho de 1989 fez o célebre discurso na Praça dos Heróis, em Budapeste, durante a cerimónia de re-sepultar Imre Nagy e os outros mártires da Revolução Húngara de 1956. Em 1990, nas primeiras eleições livres depois de mais de 4 dezenas de anos, foi eleito deputado do Fidesz.

Tornou-se pela primeira vez Primeiro-Ministro em 6 de julho de 1998 (até 27 de maio de 2002). Foi o líder da oposição até 2010, depois de nova derrota eleitoral em 2006. Desde 29 de maio de 2010, é Primeiro Ministro, depois da vitória esmagadora e dos 2/3 de deputados no Parlamento Húngaro, triunfo confirmado nas eleições de 2014 e 2018. (Fonte: Wikipédia).

 

Mais informação wikipédia em húngaro https://hu.wikipedia.org/wiki/Orb%C3%A1n_Viktor

e website oficial em inglês https://miniszterelnok.hu/en/




A Semana (A Hét) – Orbán incontornável na política europeia. Johnson recebeu Orbán

É indiscutível que no palco europeu, mesmo no palco mundial, Viktor Orbán tem um peso e um destaque muito superior – é muito mais importante e influenciador do que a importância efetiva da Hungria possa justificar. No contexto internacional, Orbán só por si é muito mais que toda a Hungria junta!

Encontro Johnson – Orbán em Londres, sexta-feira (28 de maio)

O simples facto de que, desde o Brexit, Viktor Orbán foi o segundo líder, entre os países da União Europeia, a ser recebido na Downing Street Nr.10 por Boris Johnson, dispensa outros comentários.

Sabe-se que a reunião foi a pedido do PM Húngaro, pedido feito há vários meses. Sabe-se que a Hungria vai assumir em breve a liderança do Grupo Visegrád (Hungria, Eslováquia, República Checa e Polónia).

Sabe-se que apesar das divergências profundas (p.ex democracia iliberal), da “proximidade política europeia” entre o Partido Conservador e o Fidesz. Sabe-se da importância relativa das relações económicas e comerciais bilaterais, mas sem a personagem “Viktor Orbán”, não teria havido meeting em Londres.

“A cooperação com a Hungria é vital para a prosperidade e segurança do Reino Unido”

“A cooperação com a Hungria é vital para a prosperidade e segurança do Reino Unido”, afirmou, para surpresa de muitos, o porta-voz de Boris Johnson dois dias antes do encontro com Orbán, salientando que a reunião seria uma “boa oportunidade” para “promover os interesses britânicos nesta região e discutir os problemas de forma mais ampla”.

Orbán: Antítese de tudo o que o Ocidente significa (The Times)

Críticas e análises à visita. Na véspera da visita oficial de Orbán a Londres, o jornal conservador The Times não foi nada ”meigo” para com o nosso PM. (Nota necessária: na narrativa do orbanismo mais comum, depois de um artigo assim, o The Times só pode ser, no mínimo, um pasquim de esquerda cosmopolita e cripto-comunista).

O The Times escreveu que Orbán é antítese de tudo o que o Ocidente significa. Domesticou e transformou o seu país num campo de ensaio, numa versão de autoritarismo do século XXI, mistura de capitalismo para os amigos, retórica de extrema-direita e uma cultura política de partido único. Viktor Orbán é o líder indiscutível da claque europeia, adepta da China e da Rússia, o seu aliado mais seguro entre os 27 países membros da UE.

O liberal The Guardian escreveu ”Boris Johnson dá as boas-vindas ao Primeiro-Ministro húngaro, um crítico feroz de Joe Biden e aliado da China”.

As posições divergentes

Antes da visita e questionado sobre os comentários feitos por Orbán, que afirmou repetidas vezes que a Europa está “ameaçada por uma invasão muçulmana”, o porta-voz de Johnson declarou que Londres não iria hesitar em levantar questões problemáticas relacionadas com os direitos humanos. “Que fique claro, o Primeiro-Ministro condena as declarações, que semeiam divisão e que são falsas”, acrescentou o porta-voz, referindo-se a Viktor Orbán.

O elogio de Orbán ao Reino Unido

Depois do Brexit, a Hungria sente muito a falta da presença britânica no seio da União Europeia, tínhamos muitas posições coincidentes e por isso os 2 países precisam de construir novos laços bilaterais, disse na sexta-feira à Rádio Kossuth, Viktor Orbán antes de ir para o aeroporto para tomar o avião para Londres, para reunião com o seu homólogo britânico.

“Não esquecer que estamos a falar de uma potência nuclear que abandonou a UE, o que foi mau para nós e continua a ser mau para nós. Sofremos com a ausência da Grã-Bretanha”, disse Orbán.

As declarações de Orbán depois da reunião

Durante o período em que ambos os países eram membros da UE, a Hungria e o Reino Unido desenvolveram e reforçaram as suas relações bilaterais, disse Orbán aos jornalistas após reunião com Johnson. Agora a tarefa da Hungria nas suas relações com o Reino Unido é estabelecer novas formas de cooperação.

Orbán disse que as suas conversações com Johnson, em primeiro lugar, se tinham centrado no futuro das relações bilaterais, e também das oportunidades de cooperação entre a Grã-Bretanha e os países do Grupo de Visegrád.

Destacou as indústrias de energia e defesa como duas áreas “particularmente promissoras” do relacionamento bilateral.

Em resposta a uma pergunta, Viktor Orbán disse que nas conversações com Johnson também tinham abordado questões políticas relativas à democracia, à imprensa, à comunidade LGBT e ao Estado de direito.

Orbán disse que a magistratura húngara estava entre as mais independentes da Europa, e que havia uma abundância de publicações no país que são críticas ao governo. O primeiro-ministro rejeitou as acusações de anti-semitismo como “simplesmente ridículas”, recordando que a Hungria tinha uma grande e próspera comunidade judaica.

Orbán rejeitou a ideia de que o multimilionário George Soros tinha sido alvo de ataques anti-semitas. Chamou Soros de “talentoso empresário húngaro”(!), acrescentando que ele era também um “sério rival” por “apoiar a migração” e “financiar ONGs que a organizam”. “Não gostamos disto, mas isto não tem nada a ver com a sua identidade étnica”, disse Orbán.

Boris Johnson pediu a Orbán que promova a democracia na China, Rússia e Bielorrússia

Por seu lado e de acordo com o comunicado do Gabinete de Johnson, os 2 líderes discutiram entre outros assuntos, os desafios das alterações climáticas, e Johnson expressou as suas preocupações sobre a situação dos direitos humanos na Hungria, particularmente no que diz respeito aos direitos das pessoas LGBTQ, liberdade de imprensa e igualdade de género.

Como a Hungria vai assumir em julho a presidência do Grupo Visegrád, Boris Johnson transmitiu a Orbán o desejo de “de no futuro trabalhar com este Grupo de países de forma mais estreita”.

Johnson apelou a Orbán a exercer a sua influência para promover a democracia e a estabilidade” através dos seus contatos privilegiados que tem com a China, Rússia e Bielorrússia.

Da leitura da imprensa inglesa e alguma húngara sobre a reunião, podemos destacar como primeira evidência ou última conclusão: Orbán foi muito mais caloroso com Johnson do que o contrário.

Político realista – Apregoa água mas bebe palinka

Não é de hoje, mas na diplomacia entre países “adultos”, não há amizade, ou aliados eternos. Há interesses – estratégicos, económicos, políticos ou outros, e pragmatismo. muito pragmatismo.

É esta a filosofia de Orbán, que a pratica mesmo quando, para se dar um ar mais religioso, como o fez na quinta-feira passada, quando recebeu o líder da extrema-direita espanhola. Escreveu na sua página FB “Encontro com Santiago Abascal Presidente do Vox. Defesa das fronteiras, política de família, cultura cristã – pensamos que é disso que depende o futuro da Europa”.

Se tivesse estado com o comunista chines Xi Jinping ou com o islamista turco Erdogan, a narrativa teria sido muito diferente.

Orbán ele mesmo, que aproveita cada momento para se vestir de padre ou frade cristão, daqueles típicos, que apregoa água e bebe palinka da melhor.

 

András Gellei, Budapeste, 30 de maio de 2021




Exportações de madeira e mobiliário para fora da Europa crescem 24% em 2020

As exportações das empresas portuguesas de madeira e mobiliário aumentaram 24% para os mercados fora da Europa em 2020, sendo que, no total, o setor perdeu 12% das vendas para o exterior, em ano de pandemia, segundo a AIMMP.

“Curiosamente, mesmo durante a pandemia, em 2020, nos mercados fora da Europa, as nossas exportações, em vez de cair, aumentaram 24%”, disse o presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), Vítor Poças, à Lusa, no Dubai.

O dirigente acrescentou ainda que, em 2020, o setor perdeu, globalmente, 12% das suas exportações, sendo que 9% referem-se a perdas das indústrias de madeira e suas obras e cerca de 13% das empresas de mobiliário, colchoaria e iluminação.

A AIMMP encontra-se, atualmente, numa missão empresarial no Dubai, entre 30 de maio e 03 de junho, na qual participam 25 empresas portuguesas do setor, para apresentarem os seus produtos naquele “importante mercado dos Emirados Árabes Unidos”.

O programa da missão inclui diversos eventos de promoção do setor, nomeadamente a participação na mostra The Hotel Show Dubai que, em articulação com a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, que criou a marca Made in Portugal naturally, irá apresentar o projeto Associative Design – The Best of Portugal, financiado em 85% pela agência.

Segundo a associação, entre 2010 e 2020, as exportações de madeira e produtos de madeira para o mercado dos Emirados Árabes Unidos cresceram de oito milhões de euros para 15 milhões, representando 0,7% do total das exportações do setor.

Globalmente, apontou Vítor Poças, o setor das indústrias da madeira e mobiliário cresceu, em nove anos, mil milhões de euros de exportações, passando de 1.500 milhões de euros, em 2011, para 2.600 milhões de euros, em 2019, tendo como principais mercados Espanha, França e Reino Unido.

Conforme explicou o dirigente da AIMMP, o setor é “altamente superavitário” (excesso das receitas sobre as despesas) entre as importações e as exportações, uma vez que exporta muito mais do que importa.

“O setor, em 2015, atingiu 900 milhões de euros de balança comercial positiva e, com estas medidas que foram tomadas, designadamente o incentivo ao consumo e a recuperação dos rendimentos, o setor, nos últimos anos, perdeu saldo da balança comercial e passou de 900 para 650 milhões, porque as exportações continuaram a crescer, mas a taxa de crescimento das importações foi superior à taxa de crescimento das exportações”, salientou Vítor Poças.

Depois de mais de um ano de pandemia, as empresas do setor estão “um bocadinho descapitalizadas”, embora a AIMMP considere que, tendo em conta os efeitos da pandemia na economia nacional, a indústria de madeira e mobiliário “tem dado mostras de que tem sido resiliente e aguentado bem a crise”.

“Na crise de 2011, 2012, é impressionante como é que o setor pegou nas malas e foi à procura de novos mercados, porque havia muitas empresas que estavam muito dependentes do mercado nacional e, portanto, conseguiram ir à procura de novos mercados e realmente repor aquilo que perderam na crise de 2012”, apontou o presidente da AIMMP, acrescentando que, atualmente, há empresas que exportam 90% da sua produção.

A AIMMP é uma associação empresarial fundada em 1957, sem fins lucrativos de interesse público, com a missão de representar, defender, apoiar e promover a Indústria Portuguesa da Madeira e do Mobiliário, nomeadamente promover a internacionalização do setor.

MPE // MSF

Lusa




Mais de 140 mil húngaros querem ficar no Reino Unido. 376 mil portugueses.

Até à data, mais de 140.000 cidadãos húngaros solicitaram residência permanente no Reino Unido, de acordo com os números publicados pelo Ministério do Interior britânico na passada quinta-feira.

Os cidadãos estrangeiros na Grã-Bretanha que tenham estabelecido legalmente residência no país antes do final de 2020 serão autorizados a permanecer no país, mas são obrigados a solicitar o estatuto de residente.

Até 31 de Março, 5,3 milhões de cidadãos dos 27 estados da UE candidataram-se, incluindo 975.180 polacos e 918.270 romenos, 500.550 italianos, 376.440 portugueses, 320.850 espanhóis, e 140.460 húngaros.

Os candidatos têm até 30 de Junho para apresentar o seu pedido.

Fonte: MTI/Hungary Today




Grã-Bretanha e Hungria partilham a mesma visão da Europa – Eurodeputado Balázs Hidvéghi/Fidesz

A Grã-Bretanha e a Hungria partilham a mesma visão da Europa que envolve a livre cooperação dos Estados-nação soberanos sem uma União Europeia excessivamente centralizada e burocrática, disse o deputado europeu Fidesz Balázs Hidvéghi numa entrevista em língua inglesa no Sky News.

Hidvéghi disse durante a entrevista que acreditava que a principal razão para Brexit era que os britânicos não estavam satisfeitos com a forma como a UE estava a avançar. Ele acrescentou que a Hungria sempre olhou para a Grã-Bretanha com grande respeito pela sua história e pela sua posição nos assuntos internacionais. A Hungria lamentava ver o Reino Unido deixar a UE, é muito importante manter relações bilaterais, acrescentou.

A Hungria e o Reino Unido são aliados na OTAN e no Conselho da Europa, onde representantes húngaros partilham um grupo partidário com o Partido Conservador, disse ele.

Comentando a migração ilegal, Hidvéghi disse que “quando falamos de direitos humanos tem de estar a falar dos direitos humanos de todas as pessoas, não só dos migrantes mas também dos cidadãos europeus”.

“Estou contente por ver que os líderes europeus, incluindo os líderes de Bruxelas, estão agora a dizer as linhas e opiniões que o Viktor Orbán diz há seis anos”, disse Hidvéghi. “Nessa altura, ele foi muito criticado por muitas pessoas”, acrescentou. A política de migração tem de reflectir a realidade, a Europa não pode continuar a deixar entrar centenas e milhares ou milhões de migrantes ilegais.

“Temos de restabelecer o controlo das fronteiras e depois podemos falar sobre como cada Estado membro deve decidir o que quer fazer em relação aos migrantes”, disse o Eurodeputado do Fidesz que conclui, “Isso tem de continuar a ser uma decisão dos Estados membros e Bruxelas não nos pode ditar em que tipo de país queremos viver”.

Fonte: MTI/Hungary Today
Crédito da foto:  Balázs Szecsődi/MTI/Prime Minister’s Press Office




A proposta do imposto mínimo global e a Hungria

A nova taxa de 15%, muito abaixo dos 21% dos EUA, poderia prejudicar principalmente países que dependem de situações de impostos baixos, como é o caso da Hungria, que rejeita a proposta. 

O Secretário Adjunto do Tesouro dos EUA, Wally Adeyemo, disse que os países do G7 apoiam um imposto mínimo global sobre as empresas. “Sinto que vão assistir a um grande apoio unificado entre os países do G7 a avançar”. O Secretário Adjunto do Tesouro dos EUA Wally Adeyemo disse à Reuters na segunda-feira , depois da França, Alemanha, Itália e Japão terem comentado positivamente a proposta do Tesouro Americano.

Na semana passada, de acordo com Napi.hu, o Departamento do Tesouro disse considerar elegível e aceitável um encargo inferior a 21-28%  nos EUA. Desde então, o otimismo sobre a tributação das maiores multinacionais e empresas de tecnologia que prestam serviços digitais intensificou-se.

A taxa é bastante inferior à taxa mínima proposta pela administração Biden de 21% para o rendimento das empresas americanas no estrangeiro e aos 28% propostos para o imposto interno sobre as sociedades.

Segundo o site Político, este apoio será também o tema de uma reunião pessoal dos ministros das finanças do G7 a ter lugar em Londres nos dias 4 e 5 de Junho. O apoio das sete maiores economias do mundo parece ser possível de alcançar. O Financial Times noticiou na quinta-feira que os países do G7 estão próximos de um acordo sobre tributação de empresas multinacionais.

Embora estejam a decorrer negociações entre quase 140 países através da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os países do G7 – Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá – influenciam fortemente as decisões.

O presidente do G7, Grã-Bretanha, que tem atualmente uma taxa de imposto sobre as sociedades de 19%, reagiu de forma mais moderada. “Alcançar um acordo internacional sobre como tributar as grandes empresas digitais é uma prioridade, e saudamos o compromisso renovado dos Estados Unidos em encontrar uma solução”, disse Boris Johnson.

Os negociadores têm como objectivo chegar a um acordo de princípio este verão. Não será fácil: a Hungria não irá contribuir para qualquer aumento de impostos. Membros do governo liderado por Viktor Orbán estão constantemente a atacar a proposta, uma vez que o limite nominal do nível do IRC na Hungria é atualmente de 9%.

O nível efectivo – após soluções de redução da base tributária – pode ser de cerca de 5-5,5%. É o imposto sobre as sociedades mais baixo da UE como um todo, ligando-se à Irlanda precisamente para atrair capital estrangeiro para a economia.

Entre 2000 e 2018, 76 países reduziram as suas taxas de imposto sobre as sociedades, de acordo com o Washington Post, e apenas 6 deles aumentaram. Assim, se Biden e as forças de lobbying dos EUA forem suficientemente fortes, a Hungria poderá mesmo ter que aceitar um nível mínimo de imposto sobre as sociedades.

A questão é como é que a Hungria poderia retirar-se do nível uniforme de 15% de imposto sobre as sociedades. De acordo com os planos delineados pela Secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen, se uma empresa tributasse menos num país, teria de pagar mais na sua localização declarada.

Aparentemente, uma solução para isto poderia ser que as empresas mudassem a sua sede dos EUA para para paraísos fiscais semelhantes aos da Hungria. Ainda assim, devido à sua presença na bolsa de valores, os intervenientes mais proeminentes não o poderiam fazer facilmente. Outra questão é: quão mau quer o governo enfrentar Washington imediatamente antes das eleições de 2022.

Fonte: https://dailynewshungary.com/the-g7-might-weaponize-taxes-in-hungary/




Debate, Guiné, Miscelânea

A primeira indicação que me deram foi um italiano, uma pizzaria aparentemente muito boa. É verdade que a minha repulsa pelas pizze se atenuou bastante e até me acontece comer uma, quando o rei faz anos. Mas daí a ir jantar uma pizza logo na primeira noite em Bissau vai um passo de gigante. De maneira fui jantar ao restaurante D. Fernanda, encontrado via a habitual estratégia de perguntar a um local de uma classe social não muito elevada «aonde é que V. Leva a sua mulher a jantar, quando lhe quer oferecer um bom momento?» Normalmente funciona. Desta também, apesar de não acreditar que o senhor a quem fiz a pergunta – um empregado do bar do hotel onde finalmente consegui levantar dinheiro – já lá tivesse ido muitas vezes. Pelo menos, a julgar pelas outras mesas.

O restaurante é grande, circular, tem talvez umas dez mesas redondas elas também. Quando cheguei estava vazio, mas pouco depois entrou o inevitável casal «inter-racial» e, mais tarde, uma família claramente com massa, francófona (isto soube quando saíram. As mesas estão demasiado afastadas para se ouvir seja o que for). O menu é relativamente pobre, o serviço lento mas atencioso. O empregado encheu-se de cuidados para servir o vinho – um Gazela que a cinco ou seis euros me pareceu a melhor escolha da parca escolha que o D. Fernanda propõe. Gosto destes restaurantes africanos e ponho-me a comparar – como seria, no Burundi, no Zaire, em Moçambique? Pouco diferente. Haveria talvez mudanças na dimensão – no Burundi seria mais pequeno –, na pavimentação – este é em ladrilho – , e pouco mais.

África não é um país, mas há mais semelhanças de país para país do que há diferenças. Será? Não sei, não os conheço todos, longe disso. Vejo uma grande diferença, por exemplo: a segurança. Aqui, dizem-me e eu sinto, posso andar em segurança na rua tanto de dia como de noite. Em Bujumbura nem atravessar uma rua se podia. Em Kinshasa idem. De resto, tudo é igual: o pó vermelho-ocre que cobre a cidade de uma cor uniforme, os magotes de gente em todo o lado, o desperdício. Há ruínas e restos de automóveis, casas, barcos em todo o lado. É uma das consequências da «ajuda» ao desenvolvimento: tanto quem dá como quem recebe extrai mais benefícios da doação de um autocarro do que da sua manutenção. O resultado é isto: carcaças de autocarros, restos de embarcações, casas em ruínas por todo o lado. O senhor que está à frente do projecto que aqui me trouxe, político, familiar do governo diz-me que este está a preparar uma lei para obrigar as pessoas a acabar as casas, não as deixar a meio. Não respondo, mas penso que não é assim que se vai lá. Ninguém deixa uma casa a meio se tiver meio de a acabar. Não é com leis – muito menos absurdas – que se impõe a estética da classe dominante. É dando às outras a possibilidade de lhe aceder.

Mas da Guiné falarei no próximo capítulo, quando isto estiver mais visto. Hoje preferiria falar do debate – ainda só tive oportunidade de ouvir dois painéis, o que representa cinquenta por cento. É pouco, mas suficiente para poder dizer que os meus objectivos foram atingidos: pôr pessoas literatas, capazes de reflexão e de elaboração do pensamento a discutir assuntos complexos. Acabamos de passar pouco mais de um ano em que as emoções tomaram o controlo do debate público e social. É tempo de voltar a deixar entrar a racionalidade. O processo foi alucinante, os dias que antecederam o debate não foram dias, foram alucinações, mas agora tudo parece acalmar. A entropia faz o seu trabalho, a calma reinstala-se.

O que mais me surpreendeu neste debate foi um zé-ninguém como eu ter conseguido reunir um leque de gente como a que se juntou nesta sexta-feira. (O debate pode ser visto na página do Facebook da Oficina da Liberdade – 1ª parte: Facebook; 2ª parte: Facebook. Quando tiver tempo – e internet – tentarei pô-lo num canal do Youtube e no meu Don Vivo.) Bem sei que tive o respaldo da UAL e, mais tarde, da Oficina da Liberdade – a quem aqui deixo, uma vez mais, o meu agradecimento – mas o osso do trabalho estava feito. Não digo isto para «armalhar» (como se dizia em Moçambique), mas porque penso que o tema era necessário e se impôs de per si.

A minha vida sendo o hino à ironia que é, só consegui assistir a um painel, o último. Agora estamos sem rede (não sei se só no hotel, se em todo o bairro, ou toda a cidade) e terei de esperar para ouvir os outros dois.

II

Enquanto espero pela net, penso numa das coisas que mais me irrita em África: qualquer borra-botas europeu, por jovem e ignaro que seja, chega aqui e imagina-se um misto de Rockfeller com Einstein. Vi muitos assim: lembro-me perfeitamente do puto suíço acabadinho de sair da universidade a dar «lições» a um engenheiro zairense com idade para ser pai dele. Hoje, no meu passeio pela cidade, passei pelos inevitáveis sinais das organizações «não governamentais»: jeeps, sedes, miúdos de pouco mais de vinte anos a pavonear-se ao lado dos chauffeurs. Se os governos europeus quisessem realmente ajudar os países africanos, parariam com esta palhaçada toda. Não querem. A ajuda humanitária tornou-se uma ferramenta da política externa dos países «doadores» (termo do jargão politiquês). Basta verificar as contas das auto-proclamadas Organizações não-governamentais e ver qual a percentagem do seu orçamento que vem dos governos. O «Não-governamentais» é a expressão de um desejo, não da realidade. (Quando é um desejo. Nem sempre nem desejo é.)

 

Luís Serpa, Bissau, 30-05-2021




Domingo é Dia de Mercado no centro de Budapeste

Este domingo, 30 de Maio, as principais praças gémeas do centro de Budapeste, a Erzsébet tér e Deák Ferenc tér serão transformadas num gigantesco mercado ao ar livre. Música ao vivo, jogos infantis, oficinas e iguarias finas serão também colocadas, à medida que os visitantes navegam pelas roupas vintage, cosméticos e artefactos de design. Os eventos começam às 11 da manhã e decorrem todo o dia até às 19 horas.

Os mercados comunitários mais populares de Budapeste combinaram-se para criar um “jamboree” de um dia de entretenimento e compras. O Dia do Mercado é organizado no coração da cidade no domingo, 30 de Maio, e apresenta o melhor da gastronomia húngara e do design de nicho.

Actividades infantis, oficinas de artesanato e bandas ao vivo acompanham o evento, com a presença de uma banda de metais. A tónica é colocada nos produtos amigos do ambiente e naqueles feitos por crianças da fundação Nem Adom Fel para os desfavorecidos. A entrada é gratuita.

Não são exigidos certificados de imunidade, mas podem ser aplicadas restrições pandémicas. Ver a página de eventos no Facebook para mais detalhes.

 

Dia do Mercado

Distrito V. Erzsébet tér & Deák Ferenc tér

Horário: Domingo, 30 de Maio 11h-7h

Fonte: WeloveBudapest




É pá tosse – Não percas o pio!

1914

Nasce Álvaro Justino Matias, em Vale da Mula, uma aldeia no concelho de Almeida.

Aos 16 anos, põe a mochila às costas e desce o país até Lisboa, onde começa a trabalhar numa mercearia.

 

Quando o Dr. Bayard pode finalmente regressar a França, partilha um tesouro com o seu amigo: a receita secreta de uns rebuçados medicinais, muito bem guardada dentro de uma lata de metal onde está gravada a imagem de um senhor a tossir.

Anos mais tarde, Álvaro tem a lata de transformar o presente em futuro e nascem os rebuçados Dr. Bayard. Começa a produzir os rebuçados peitorais em casa, com a ajuda da  família, como se fossem alquimistas em busca do elixir mais poderoso no combate à tosse.

Dá os primeiros passos a caminho do futuro da Dr. Bayard. Uma grande ajuda para Álvaro, cujos músculos estavam entregues a essa parte árdua e física do processo.

Fábrica 1980

Os rebuçados seguem país fora, rumo a mercearias, cafés, pastelarias, e, por serem medicinais, farmácias.

Com a procura dos rebuçados Dr. Bayard a aumentar, a expansão da produção passa de um sonho a realidade. Só assim é possível produzir cerca de 1 milhão de rebuçados por dia, seguindo sempre a receita original.

José e Álvaro Matias 2007

José António Matias, filho de Álvaro, herda a posição do pai na administração da Dr. Bayard. Com a colaboração dos filhos, dão continuidade ao negócio de família, geração após geração.

Loja online 2015

Com o intuito de encurtar a distância entre Portugal e os portugueses, a Dr. Bayard cria uma loja online com entregas internacionais.

Para celebrar o 70º aniversário, é lançado o livro infantil “um milhão de rebuçados” que conta a história de como uma grande amizade deu origem à receita perfeita dos rebuçados Dr. Bayard.

Fábrica 2020

Para acompanhar a evolução da Dr. Bayard, são precisas mais mãos na massa, mantendo assim todo o carinho e atenção ao detalhe com que sempre foram fabricados os rebuçados desde o primeiro dia.

E a História continua, de Geração em Geração.

 

Fonte: https://drbayard.com/




Portugal utilizou mais de 50% da quota de pesca de quatro espécies

Portugal já utilizou mais de 50% da quota de pesca para 2021 de quatro espécies e outras duas aproximam-se da metade, segundo dados da Direção-Geral de Recursos Naturais Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) enviados à Lusa.

No caso da solha, a utilização está já em 102%, ultrapassando as 26 toneladas estipuladas para a captura desta espécie.

Seguem-se o biqueirão (74%), o cantarilho (58%) e os imperadores (55%).

Por sua vez, a quota de pesca da sarda e do goraz aproximam-se da metade com, respetivamente, 46% e 45%.

Entre os 40% e os 20% de utilização encontram-se o linguado (40%), atum rabilho (35%), espadarte norte (35%), tamboril (28%), raia undulata (28%), areeiro (27%), raia 3LNO (26%), bacalhau – atlântico noroeste (25%), espadim branco (24%), espada negro (22%), palmeta (22%), juliana (21%), raias (21%) e pescada (20%).

De acordo com os dados da DGRM, o goraz aparece com uma segunda quota de 600 toneladas, tendo já sido utilizado 19% desta quantidade.

Também com valores de utilização inferiores a 20% estão as quotas de espadim azul (17%), tintureira (16%), bacalhau – atlântico nordeste (13%), lagostim (12%) e espadarte-sul (10%).

No final da tabela figuram as quotas do verdinho (7%), carapaus (4%), cantarilho (4%), novamente o bacalhau (4%), atum patudo (4%), atum voador norte (1%) e abrótea (1%).

Por utilizar permanecem as quotas do atum voador (sul), atum patudo WCPFC e do cantarilho (atlântico noroeste).

Alguns limites de captura ainda estão por fixar, nomeadamente, dos carapaus nos Açores e na Madeira, bem como uma outra quota do peixe-espada negro.

Em dezembro, o Conselho de Ministros das Pescas da União Europeia define, em regra, as quotas atribuídas aos Estados-membros para o ano seguinte, em águas nacionais e internacionais.

“Contudo, só estão sujeitas à fixação de total admissível de captura (TAC) e quota, as espécies (unidades populacionais) para as quais existe um parecer científico que justifica a limitação de capturas, para não pôr em causa a reprodução da espécie”, indicou a DGRM à Lusa.

A saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’) e a assinatura do Acordo de Comércio e Cooperação em dezembro de 2020, depois do Conselho de Ministros, levou a que “a maioria das quotas” fosse fixada, provisoriamente, até 31 de março.

O Conselho de Ministros de março acabou também por rever algumas das quotas que estavam inicialmente estabelecidas para o primeiro trimestre, notou a DGRM, precisando que isto se deve à “sazonalidade de algumas espécies”, bem como ao acordo alcançado “ao nível das negociações bilaterais e trilaterais com a Noruega”.

O regulamento europeu de 26 de abril veio assim fixar algumas quotas definitivas para espécies partilhadas com o Reino Unido, “cujas negociações não se encontram ainda finalizadas”.

Anualmente, os Estados-membros procedem também a trocas de quotas entre si, “que se revestem de grande interesse para ambas as partes, para colmatar a insuficiência de algumas oportunidades de pesca”.

Desta forma, os valores de quota utilizados refletem as trocas com outros Estados, as capturas do primeiro trimestre e a respetiva utilização.

“[…] Portugal captura várias espécies não sujeitas a quota e, por conseguinte, sem limitação. Para além disso há ainda a sardinha que é um ‘stock’ partilhado com Espanha e que, não tendo quota, tem recomendação de capturas baseadas numa regra de exploração precaucionária”, sublinhou.

No caso das espécies não abrangidas por quotas, a pesca é feita tendo por base as limitações previstas “nas medidas técnicas aprovadas pela legislação europeia e nacional para cada espécie ou arte de pesca”.

Adicionalmente, algumas espécies “são alvo exclusivo de capturas acessórias”, como o imperador, atum rabilho, anequim e a raia curva.

Para as restantes espécies, o volume de capturas acessórias está dependente da embarcação ter quota individual atribuída ou licença de pesca que permite capturar a espécie em causa, a que se somam as percentagens permitidas pelos regulamentos de cada arte (arrasto, cerco e emalhar).

Em 29 de abril, a DGRM anunciou que a quota da pesca acessória de espadarte atingiu 80%, pelo que a captura desta espécie pode ser encerrada.

No início do mesmo mês, esta direção-geral já tinha comunicado o encerramento da captura acessória de atum-rabilho, com a quota reservada a estas capturas “praticamente esgotada”.

A DGRM é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa, que tem por objetivo o desenvolvimento da segurança e serviços marítimos, a execução das políticas de pesca e a preservação dos recursos.

PE // EA

Lusa